A Teosofia em geral tem uma forte influência nos novos ensinamentos, especialmente em suas vertentes históricas centralizadas em Helena P. Blavatsky e sua sucessora espiritual Alice A. Bailey. Porém, dentro das revelações do Plano da Hierarquia, procura-se hoje dar uma cor mais “científica” ao tema, tratando basicamente de retirar os véus remanescentes, além de apurar sínteses e agregar idéias complementares, como seria a questão social e a própria espiritualidade e iniciação. Esta é a origem da “Teosofia Científica”, uma doutrina promissora que trabalha basicamente com a Ciência dos Ciclos. Uma Teosofia Científica reuniria -nada mais e nada menos- que os dois pólos extremos do conhecimento (espiritualidade e ciência), preenchendo daí todo o leque do humano saber.

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A Teosofia Oculta – desvendando a Doutrina Secreta

por Luís A. W. Salvi *

Nenhum segredo está mais bem guardado do que aquele que se imagina revelado, e nenhum cofre é mais seguro do que aquele que se perdeu a chave. Acaso alguém suspeita que a Doutrina Secreta esteja cercada de sigilos? Na sua época Blavatsky deu indicações a respeito. E hoje tem-se todos os motivos para conjeturar tal coisa.

1. A aventura do conhecimento

Para fazer frente ao monumental desafio de interpretar as Estâncias de Dzyan -este precioso tantra Kalachakra que parece manter toda a pureza das suas fontes originais-, a Autora valeu-se dos instrumentos que tinha à mão. HPB não tardou a intuir que os 35 textos exotéricos (ou de divulgação popular) de comentários do Código-Fonte Senzar original, seriam os 36 Puranas existentes na Índia –pois todo Purana trata também de cosmogonia, cosmologia e ciclos cósmicos. Versões do popular Bhagavata Purana já eram conhecidas na Europa há mais de um século a partir das traduções francesas. E desde 1840 havia a célebre versão inglesa de Horace H. Wilson do Vishnu Purana. 

Estas seriam porém apenas as suas bases. De posse dos misteriosos documentos que eram as Estâncias de Dzyan -tão elípticos quanto ricos de indicações esotéricas-, aspirava por manejar aquelas informações como um virtuose a jogar com alguns simples acordes básicos –afinal, sabia-se orientada internamente por seus sábios Mentores-, sob o risco porém de por vezes soar mais como o aprendiz de feiticeiro em suas primeiras lições, ao buscar misturar também tais informações com a Ciência Moderna, com a Mitologia Ocidental, com a Religião e com a própria Filosofia. Aqui entra pois o papel do seu anfitrião oriental T. Subba Row, instando-lhe a manejar com cuidado todas aquelas informações tradicionais da Índia Védica.

À luz dos Livros de Dzyan ela soube da evolução de cinco raças; provavelmente as duas últimas ainda estariam por vir, imaginou, movida por sua arraigada crença de que “o sete é a escala da Natureza”, desconhecendo talvez que os ciclos cósmicos costumam estar completos apenas com cinco divisões, haja vista a natureza das mandalas –adiante voltaremos a esta questão.

Compreendeu também que os acontecimentos da Terceira Raça colocaram um marco na evolução cósmica e da própria humanidade: a partir dali começaria a ronda atual, que seria também um Dia de Brahma. Porém o seu verdadeiro marco seria a Quarta Raça, a Atlante, “a primeira verdadeiramente humana”, declarou ela com imprecisão semântica. As medidas do Manvantara eram conhecidas: 4,3 milhões de anos, dentro daquele “Grande Ano Humano” que os textos orientais costumam descrever. Portanto, o começo da Atlântida também deveria beirar por aí. E tudo isto parecia soar original: ninguém havia jamais determinado os ciclos das raças antigas -ao menos dentro das exóticas cronologias da literatura religiosa oriental.

Mas é então que também entra o aprendiz de feiticeiro, que faz suas misturas temerárias. Ao tentar dar crédito e incluir velhas lendas ocidentais como aquelas de Platão, quis estender literalmente a Atlântida até então, sem saber que estava confundindo modelos distintos de cronologias -misturando as águas de dois oceanos paralelos, e sujeitando-se aos riscos que correm os navegadores ousados nestas turbulentas situações… 

O “Grande Ano Divino” do Manvantara de 12 mil anos, acionado através da Chave Solar de 360 da Cosmologia tântrica (1), lhe soaria como algo por demais “transcendental” para ser considerado. Queria pensar que quanto mais “divino” fosse um ciclo, maior ele também haveria de ser, e que os nossos tempos de Kali Yuga em especial não mereceriam este tipo de enquadramento. O humilde “Grande Ano de Platão” dos gregos não mereceria estar em pé de igualdade com os antigos ciclos orientais, mesmo o Ano Persa de 12 mil anos deveria ser algo mais astronômico. (2) 

E no entanto, Platão –que não era nenhum tolo- também herdou os conhecimentos persas. Um tempo amplo sempre foi sinônimo de samsara e não de nirvana. Um tempo regido pelas Hierarquias necessariamente deveria ser relativamente breve, mesmo atravessando os seus períodos de crise e de renovação. Os ciclos purânicos foram muito mais talhados para ocultar os fatos do que para desvelá-los. O “Tempo Divino” representa uma informação ocultista científica, velada pelo “Tempo Humano” que corresponde a uma energia exotérica religiosa.(3)

Tocaria ainda calcular a raça Árya atual. Esta raça deveria ser então menor, uma vez que a Autora buscava associar os yugas do Manvantara a “raças”, seguindo também certas indicações dadas nas Estâncias de Dzyan. Escreveu ela na Doutrina Secreta sobre a proporção 4-3-2-1 dos ciclos do Manvantara

“A sacralidade do ciclo de 4320, com cifras adicionais, reside no facto de as figuras que o compõem, tomadas separadamente ou unidas em várias combinações, serem todas simbólicas dos maiores mistérios da Natureza. (...) São números nunca errantes, perpetuamente recorrentes, revelando, para quem estuda os segredos da Natureza, um Sistema verdadeiramente divino, um plano inteligente na Cosmogonia, que resulta em divisões cósmicas naturais de tempos, estações, influências invisíveis, fenômenos astronômicos, com sua ação e reação de natureza terrena e até moral; sobre nascimento, morte e crescimento, sobre saúde e doença. Todos estes eventos naturais baseiam-se e dependem de processos cíclicos no próprio Kosmos, produzindo movimentos periódicos que, agindo de fora, afetam a Terra e tudo o que nela vive e respira, de uma extremidade à outra de qualquer Manvantara. Causas e efeitos são esotéricos, exotéricos e endexotéricos,(4)  por assim dizer.” (D.S., Vol. 2, pgs. 73-4).

Os Yugas representam as divisões do Manvantara e do Pralaya. São conhecidas outras divisões para as próprias raças, mais simétricas ou regulares, considerando se tratar de ciclos também diferentes em suas proporções. Tais ciclos antropológicos tendem a ocupar períodos de 5 mil anos. As divisões quaternárias chamam-se às vezes de “Idades Metálicas”, estão relacionadas aos Quatro Elementos e acham-se naturalmente presentes também nas cronologias simétricas ou solares.

Sucede então que o valor 12 (que é a verdadeira base numérica do Manvantara) tem entre os seus divisores o 6, o 4, o 3, o 2 e o 1; porém o valor 5 é um número primo que apenas se divide pela unidade mesma. Por isto também o próprio Ano Cósmico possui duas divisões como valor par (24 ou 26 mil anos) e cinco divisões como valor ímpar (25 mil anos). É claro porém que tais percepções apenas são alcançadas através do emprego da Chave Solar da Cosmologia Oculta.

Sem hesitar, HPB tratou de teorizar também sobre as raças primitivas do Pralaya. Partindo da crença comum de ser a Noite de Brahma literalmente uma “reabsorção do Universo”, concluiu que tais raças deveriam esta evoluindo ainda em planos imateriais. Acaso a própria Ciência não poderia lhe oferecer algum respaldo aqui?! Inspirada em certas teorias exóticas da época, acreditou que os hominídeos seriam “raças primitivas”. Como a evolução das espécies homo tinham também em torno de 4 milhões de anos –uma coincidência com o Manvantara que não deveria ser casual, terá refletido ela, como tampouco seria silogismo tal associação-, provavelmente no Pralaya as raças em formação estariam ainda em outros planos. Eis aqui o apelo da fé, ao qual podemos unicamente crer ou descrer.

Para isto, deveria ainda manejar com o número fornecido de 18 milhões de anos, supostamente da chegada de Sanat Kumara,(5)  marco de origem da humanidade manifestada através dos misteriosos procedimentos de Fohat que imaginou ser responsável pela "condensação da energia" para formar a matéria -invertendo a fórmula de Einstein portanto. Embora esta teoria pareça hoje sem sentido, existe outra fórmula análoga de Blavatsky que soa bastante inspirada, a saber: “Evolução é densificar o sutil e sutilizar o denso”.

Não lhe pareceu então incompatível tal número com aqueles bastante menores das origens atlantes, naturalmente muito próximo aos eventos lemurianos em tela. É fácil ver por outro lado que 18 milhões de anos integram na verdade todas as quatro rondas pelas quais a humanidade já atravessou desde o começo da sua evolução superior (que é outra informação comum na literatura teosofista), e que o Kumara em questão seria então outro, o primeiro deles chamado Sanaka ou “o Antigo”, regente da primeira ronda planetária desta nova evolução humana vinculada às Hierarquias.(6) 

Aplicando a citada Chave Solar ao período em questão, teremos uns 50 mil anos, que é o ciclo em que a humanidade vive a sua “evolução superior” segundo a Ciência Moderna, destacada de sua pré-história primitiva e caótica, a partir da chamada “Revolução Cognitiva” quando o conhecimento realmente amadureceu no seio da humanidade. E é a partir destes dados científicos que a verdadeira doutrina dos ciclos espirituais poderá ser alcançada, ao lançar luzes sobre a evolução das rondas elementais e a autêntica doutrina das raças culturais.  

Certamente vivemos hoje sob um “Tempo Divino” abençoado pelas Hierarquias, no rumo de uma divinização da nossa espécie orientada pelos Mestres, e em prazo muitíssimo inferior àquele que prevê o largo “Tempo Humano” materialista de erros e acertos -ou de “Bem e Mal” nas palavras do Gênesis bíblico.

2. Conclusão

 Assim, a Doutrina Secreta não confessa os seus segredos, mas afirma que eles existem. E que na hora certa poderiam ser conhecidos, através de um esforço heurístico adequado. Um século foi o prazo pedido. (7)  Não seria a hora então de começar a investigar aquilo que realmente existe por detrás dos diferentes véus?!

Nos últimos séculos grande parte daquilo tudo que os Saberes Antigos visavam ocultar em termos de conhecimentos objetivos tem vindo à tona através das diferentes Ciências Modernas, tal como mediante diversas novas fontes de Ensinamentos espirituais, de modo que soa absurdo se pretender seguir ocultando muitas coisas e mais ainda quando sequer se sabe o que está sendo realmente velado.

Pois por detrás de interpretações que ainda tem servido de véu para este rico documento antigo que são as Estâncias de Dzyan, podem se encontrar afinal revelações importante para o momento presente da humanidade e chaves para a superação das crises que assolam o planeta ameaçando o seu devir.

Por tudo isto é verdadeiramente chegada a hora de apresentar um novo estudo atualizado das Estâncias de Dzyan e até realizar uma revisão da Doutrina Secreta a fim de demonstrar que em meio a tantos enigmas e imprecisões, existem também muitas Pérolas de Sabedoria por descobrir e que merecem ser destacadas diante da cultura universal, capazes de atestar com eloquência a unidade tácita e a complementaridade prática entre a Ciência, a Filosofia e a Religião. 

O nosso papel é apenas o de entreabrir uma porta cerrada pelo dogma e pelo mistério ocioso, de modo a encorajar outros para que possam também começar a extrair os tesouros esquecidos de sabedoria que o verdadeiro gênio de Blavatsky depositou em meio às milhares de páginas desafiadoras legadas, mesmo quando alguns conceitos mereçam ser revistos (8) -afinal bem ou mal, este foi um exaustivo trabalho coordenado pelas Hierarquias. 


Notas:

1. Trata-se da Chave chamada Kunji Saurya, no clássico sobre cosmologia Surya Siddhanta, e constando já da versão original do “Glossário Teosófico” de 1892.

2. Segundo HPB os persas também deteriam estes “tempos paralelos”: “(...) o seu ‘Tempo Soberano do Longo Período’ (Zervan Dareghô Hvadâta) dura 12.000 anos, e estes são os 12.000 anos divinos de um Mahayuga, enquanto o Zervan Akarana (Tempo Ilimitado), mencionado por Zaratustra, é o Kâla, fora do espaço e do tempo, de Parabrahm.” (“Glossário Teosófico”, verbete “Yuga”). Ora, Kala pode ser também o próprio tempo comum, “ilimitado” como o samsara, diferente de eterno ou de um “Tempo Soberano” que soa este sim libertador. Correspondem ao que se conhece no Ocidente como o tempo linear e o tempo cíclico, ou em grego Kronos e Kairós.

3. Poucos místicos sabem discernir realmente entre o esotérico, o exotérico e o oculto. Leva-se às vezes vidas para alcançar tais entendimentos profundos, e raras são as Escolas também capacitadas a ensinar da maneira adequada. 

4. Ou endo-exotérico, aquilo que é exterior (endo) ao exotérico, portanto o profano ou material. Trata-se de neologismo criado pela Autora. 

5. Blavatsky associa também este período ao Manu Vaisvavata e ao Avatar Matsya (Peixe). Seria possível ver o arquétipo de Peixes em plena Era de Virgem? O conceito de “enantiodroamia dos opostos” de Heráclito (adaptado por Carl G. Jung) trata da compensação das energias, razão pela qual os avatares teriam o signo oposto ao da Era em questão –tal como demonstrou a astróloga esotérica Ema C. de Mascheville.

6. “Sanat Kumara veio de Vênus”, escreveu Blavatsky, ou antes na Ronda Venusiana (leia-se: quaternária) da Terra, corrigiu Alice A. Bailey; estamos afinal no campo da Astrologia e não da Astronomia.

7. A “profecia” de HPB sobre a vinda de um novo ciclo maior de Ensinamentos da Hierarquia para depois de 1975 encontra-se em diversos locais das suas obras, com destaque para a sua Introdução ao Volume I da Doutrina Secreta. 

8. Considerando todo o colocado aqui e em tantos outros trabalhos nossos ou alheios, torna-se evidente a necessidade de uma revisão profissional e de uma atualização das coisas à luz de tudo o que tem sido descoberto no último século.

* Sobre o Autor:

Luís A. W. Salvi é estudioso da Teosofia e dos Mistérios Antigos há mais de 40 anos. Especialista nas Filosofias do Tempo tradicionais, publicou a Revista Órion de Ciência Astrológica pela FEEU e dezenas de obras pelo Editorial Agartha. Nos últimos doze anos vem direcionando os seus conhecimentos para a Teosofia, realizando uma exegese ampla da Doutrina Secreta e também das Estâncias de Dzyan.


Espécies, Raças e Civilizações – uma chave pitagórica


Sabemos que os ciclos raciais que apresenta a Teosofia Clássica, traz muitos problemas à luz da Ciência –e nós acreditamos na Ciência tanto quanto nos Mitos, ou seja: com respeito, mas sob as devidas reservas.

Tratamos os Mitos nestes termos: “onde há fumaça existe fogo”. Vemos pois suas informações como “pistas” preciosas, sem pretender dar a eles um caráter de Ciência. Cada disciplina tem a sua função e virtude. A Ciência é mais precisa em termos concretos, mas a Mitologia traz informações espirituais mais ricas. Sabendo reunir o melhor e o principal de cada disciplina, nós teremos os caminhos abertos para a Verdade Una –afinal, a grande proposta teosófica e a “síntese entre ciência, religião e filosofia”, e não a subserviência de umas às outras.
Os místicos porém, cometem o erro de acreditar piamente nos Mitos –estes mesmos relatos “raciais” que a Ciência não endossa, por exemplo- e descrer na Ciência. Tal coisa tende a levar ao fanatismo e à ignorância, próprio da religião popular apenas, e não do verdadeiro Ocultismo.


A Índia clássica popularizou muitos dados esotéricos através de Mitos (até como forma de preservação no tempo), mas apenas o vulgo e o supersticioso acreditam literalmente em tais coisas.
Nestes Mitos se inserem comumente as famosas “civilizações antigas” –tal como citadas por Platão acerca da Atlântida-, que não raro colocam problemas ainda mais complexos, atiçando a fértil imaginação dos “esotéricos”.
Pois bem, como já temos demonstrado, os sete ciclos raciais da “Teosofia Clássica” ascendem a milhões de anos. Eles mal cabem na evolução pretérita dos hominídeos, e ainda postulam um tanto para diante, já que ainda existem duas raças por vir.

Temos demonstrado igualmente, porém, que as datas e os ciclos antigos podem ser revistos e redimensionados. A Teosofia subordina as raças aos Manvantaras, mas estes ciclos possuem várias acepções, havendo ao menos duas exatamente paralelas, que reduz seus 4.320.000 anos a apenas 12.000 anos (ver “Glossário Teosófico”, verbete “Yugas”) –algo que condiz com dados de muitas tradições (persa, caldaica, etc.) e remete a outras leituras dos ciclos raciais, aquele mais afeito às civilizações, precisamente.
Geralmente buscamos distinguir a noção literal de “raça” daquele de cultura, no sentido de que as “raças” seriam manifestações culturais de caráter mundial (embora com bases continentais), e não necessariamente através de “civilizações”.
Por exemplo. À luz da ciência, a cultura ou civilização que podemos definir como árya eclodiu mundialmente há cerca de 5 mil anos. Antes disto, havia pequenos focos de civilizações desde uns 13 mil anos atrás, especialmente nas regiões da Turquia, Rússia e Palestina.
Por sua vez, a cultura atlante, se associa à chegada do neolítico faz uns 12 mil anos, quando começou a agricultura ostensiva e surgiu um novo padrão espiritual.
Este é o modelo aproximado adotado também por Fabre d’Olivet -o pioneiro no trato esotérico do tema das raças humanas-, e que preferia descrever o tema como “ciclos históricos e societários".


Contudo, existe ainda uma abordagem tradicional bastante científica, que provavelmente ainda não tem sido tratada, e que tende a ficar cronologicamente entre as subespécies e as culturas mundiais como acima descritas. Trata-se da formação das raças literalmente falando, quer dizer: o surgimento físico da raça negra, da raça amarela, da raça vermelha e a da raça branca - como etapas da “jornada humana”, enfim.
Provavelmente tal coisa não seria muito difícil de estimar, uma vez que o surgimento destas raças estaria relacionado ao estabelecimento humano nos Continentes após a sua saída da África, após o seu surgimento neste Continente.
O gráfico abaixo demonstra esta realidade.


"Jornada humana" - o surgimento do homo sapiens nos continentes

Vejamos, pois, o que este diagrama nos diz. Tudo surgiu na África, onde permaneceu longamente. Não raro se atribui a idade de 500 mil anos ao homo sapiens. Depois começou o seu deslocamento através do mundo, em sete etapas, através das quais se vai recaracterizando o homo sapiens e aprendendo novos saberes.
Podemos ver que a sequencia não dista muito do relato teosófico, inclusos nos seus “nomes raciais” abaixo:

1. África ................... 200 mil anos ............... “Hyperbóreos”
2. Oriente Médio ........ 100 mil anos ............... “Austrais”
3. Austrália ............... 60 mil anos ................. “Lemurianos”
4. Ásia ...................... 67 mil anos ................. “Atlantes”
5. Europa .................. 40 mil anos ................. “Arianos”
6. Norte América ........ 30/20 mil anos ............ “Norte Americanos”
7. Sul América ........... 12 mil anos ................. “Sul Americanos”


Os dois primeiros momentos soam mais estranhos aos conceitos teosóficos, onde eles inclusive tendem a ser mantidos de forma mais simbólica e oculta, velando culturas ou “raças” ditas “pré-humanas” e que atribuímos ao Pralaya. A primeira migração austral se dá apenas na terceira fase migratória, na Austrália, a qual poderia ser associada à Lemúria.
Em seguida, na quarta fase migratória, se veria que a primeira Atlantida foi asiática, e as posteriores seriam americanas, por causa das migrações finais a partir da Ásia e outros locais. A conhecida idéia teosófica de uma Shambala a um só tempo lemuriana e asiática se complica.
Logo, temos a quinta fase migratória na Europa, onde se costuma ver a origem da raça árya. Se diz que ele conviveu ali com o Neandertais, dos quais teria aprendido muitas coisas e por isto teria também desenvolvido astúcia e as artes da guerra.
Por fim, ocorrem as citadas migrações americanas, onde o gráfico separa bastante norte e sul no tempo.



Com algum esforço –considerando que estes números são relativamente móveis ou sujeitos a mudanças- podemos sugerir que estas ondas migratórias estejam divididas por unidades de ciclos de 12 mil anos (manvantaras), quiçá agrupados em escalas piramidais como a da Tetraktys pitagórica (a imagem acima). Esta chave “espiral” acompanha a aceleração crescente da evolução cósmica, que acontece também nos reinos animados, fazendo-se presente igualmente na evolução do espírito.

Vale notar que o ciclo cósmico do Manvantara também organiza os seus yugas (idades) internos nestes termos. Segundo H.P.Blavatsky, as próprias raças raízes estão organizadas através das Idades Metálicas. Nem por isto estamos pretendendo estabelecer aqui uma “ciência exata”, mas apenas encontrar padrões.
Note-se daí a presença de fractais 1/10, como seria 12.000 anos e 12 mil anos, ou 20 mil anos (ou 26 mil anos, o Ano Cósmico completo) e 200 mil anos (Alice A.bailey chama o ciclo de 250 mil anos de “ronda completa”, na sua obra “Astrologia Esotérica”), os quais também surgem nas citadas doutrinas. O quadro final resulta complexo, mas aponta seguramente novas soluções.

* Luís A. W. Salvi é autor polígrafo com cerca de 150 obras, e na última década vem se dedicando especialmente à organização da "Sociologia do Novo Mundo" voltada para a construção sócio-cultural das Américas.


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A Teosofia Esotérica – os ciclos coletivos da humanidade desvendados


Os "gigantes" míticos e bíblicos inspiram comumente o esoterismo mais popular
O conhecimento humano cede muitas vezes espaço para a crença, quando o ser humano ainda não está preparado para a Ciência. É o caso das crianças, para quem a fábula se torna uma forma de percepção preliminar da realidade, envolvendo a emoção e a fantasia.
Aparentemente a sabedoria oriental agrega esta tolerância também para os estados-de-consciência humana, não deixando de oferecer informações avançadas para o povo, porém numa forma “suavizada”, simbólica e mítica. Tal coisa representaria um Exoterismo, ou o Esoterismo popular, porém aqui iremos conhecer também a verdadeira questão Esotérica relativa à evolução espiritual da humanidade.

Uma das coisas mais importantes em termos de Ciência seriam sobre os ciclos espirituais da vida, que inclui aqueles da humanidade, e cuja percepção pode depender de uma apurada capacidade de observação e de um conjunto de práticas avançadas.
O ciclo que o Hinduísmo parece mais divulgar é aquele do Manvantara, reunindo textualmente a ampla soma de 4.320.000 anos, divididos através das “Idades Metálicas” nestes termos:

1) Krita Yuga (Idade de Ouro)         1.728.000 anos
2) Tretâ Yuga (Idade de Prata)        1.296.000 anos
3) Dwâpara Yuga (Idade de Bronze) 864.000 anos
4) Kali Yuga (Idade de Ferro)           432.000 anos
              Total ………………................. 4.320.000 anos

Sabemos que na espiritualidade o Ocultismo e o Esoterismo são como amadurecimentos e procedimentos científicos das práticas espirituais, em relação às crenças exteriores e geralmente dependentes a que se submetem as massas humanas. Tal coisa também serve para a sabedoria dos ciclos. Como a criança que vive uma realidade atemporal, o crente e o noviço também preferem a fábula mística para realizar a transição entre as trevas da ignorância a que antes se sujeitavam e a sabedoria plena dos maiorais que existe nos horizontes futuros mais iluminados.

Esta maioridade da sabedoria não é a simples “Ciência”, como esta pretende comumente ser. Ainda que a Ciência realmente aporte um dos princípios a se ter em conta. O outro é a própria espiritualidade ou a “mística” se se quer, e da síntese entre ambos é que teremos por fim a Verdade cultural e antropológica - aquela Verdade que a Teosofia moderna adotou como princípio acima das crenças e das religiões.
É possível que a Sabedoria Tradicional realmente seja tolerante em relação a estas três visões-de-mundo dominantes: a linear/materialista/temporal, a circular/mística/atemporal e a espiral/ocultista/cíclica. A “mística” Índia se caracteriza por haver Seis Escolas Tradicionais (Dharsanas ou pontos-de-vista), entre as quais se incluem as materialistas. De fato as Sociedades Tradicionais não podem ser chamadas de místicas ou religiosas, porque elas são na verdade holísticas e ecumênicas. Na mesma Índia também se chama “crianças” às pessoas não-espiritualizadas, mas provavelmente tampouco se inclui nesta maturidade as crenças populares em geral meramente éticas, e sim as práticas espirituais mais avançadas das quais aquela cultura é tão rica e proeminente. Importante compreender é que a síntese da visão cíclica não altera os conteúdos dos restantes apenas os reúne e requalifica.

Voltemos então aos ciclos citados (que chamaremos de “genéricos”), focalizando-os à luz da Ciência.
O menor deles,  de 432.000 anos, possui praticamente a idade do Homo Sapiens. E o conjunto deles, com 4.320.000 anos, remonta praticamente também aos primeiros hominídeos. A conclusão óbvia seria que esta Idade de Ouro estaria algo próxima de nossas origens... algo simiescas. O que não deixaria de soar absurdo. Mas convém notar que esta é apenas a metade ativa do ciclo, o Manvantara, uma vez que a outra metade toca à sua contraparte formativa ou Pralaya, ditos “Dia e Noite de Brahma” respectivamente.

Porém, como Blavatsky considera que os primatas superiores seriam antigas raças humanas que se degeneraram, então ela realmente veria os hominídeos como “raças”! Na “Doutrina Secreta” também existem indicações de ciclos raciais, mensurados de maneira não muito distinta em termos gerais aos do Manvantara, quiçá superando-os até.

Pela seguinte afirmação, Blavatsky sugere que a atual raça árya (e provavelmente também as restantes) deve somar ao seu final uns 1,5 milhões de anos, totalizando assim as sete raças-mães 10,5 milhões de anos:
 “Das sete Raças, cinco já apareceram e tem quase concluído a cadeia terrestre, e ainda duas devem aparecer nesta Ronda. Nossa Quinta Raça-mãe já existe como raça sui generis totalmente independente do seu tronco-pai, faz um milhão de anos, o que pode-se inferir que cada uma de suas quatro sub-raças anteriores viveram cerca de 210 mil anos, de modo que cada raça-família tem uma existência média de cerca de 30 mil anos, e assim a raça-família européia possui ainda muitos milhares de anos de vida, ainda quando as nações, que são como os muitos espinhos que há nela, variem de acordo com cada ‘estação’ sucessiva de três ou quatro mil anos.” (“A Doutrina Secreta”, III, 453, 454)

Claro que, para a Ciência, tudo isto traz uma série de problemas. Tais investidas idealizadas num passado tão remoto poderia soar facilmente a embuste, já que a lógica aponta noutra direção. Também resulta difícil conhecer a natureza dos ciclos a que Blavatsky se refere, os ciclos de 30 mil das “raça-famílias” anos por exemplo, apenas se aproximam do Ano cósmico de 26 mil anos. Blavatsky afirma que as raças-raízes contém dentro de si as quatro Idades Metálicas.
Por fim, mesmo considerando que a evolução caminhe a par com a degradação ambiental, resulta num esforço demasiado imaginar que os Australopitecos fossem aquele Humano perfeito idealizado pelas idades. De modo que não resta saída senão ver em tais formulações mais uma metáfora pseudo-científica sobre a evolução espiritual humana –quem sabe como recriação de uma mitologia destinada para o vulgo ou para mentes menos afortunadas da Modernidade?

Felizmente, o sistema Manvantara oferece uma “alterativa” - e sem a necessidade de “cortar os seus zeros” como propõe René Guenón; ainda que este corte seja efetivamente útil para certas finalidades. Os grandes números acima dados, integram nesta tradição um padrão dito “humano” (ou dos “mortais”), ao passo que existe uma formula-de-conversão por 360 que fornece o “tempo divino” (ver “Glossário Teosófico” de H. P. Blavatsky, verbete “Yugas”; um dos tantos verbetes acrescidos após a morte da autora).
Este modelo resulta já em dados “modestos” que no conjunto concordam com padrões extremamente tradicionais. Vejamos, pois:

1) Krita Yuga (Idade de Ouro)         4.800 anos
2) Tretâ Yuga (Idade de Prata)        3.600 anos
3) Dwâpara Yuga (Idade de Bronze) 2.400 anos
4) Kali Yuga (Idade de Ferro)           1.200 anos
              Total ………………................. 12.000 anos

A rigor, os valores são de 4, 3 2 a 1 (como na Tetraktys pitagórica, símbolo piramidal matemático que remete à espiral iniciática) mil anos, destinando o “excedente” para períodos-de-transição distribuídos no começo (sandya) e no final (sandyana) do ciclo (esta soma de 10 remeteria simbolicamente ao montante de 10,5 milhões de anos das raças em Blavatsky?).
Tais anos “imortais” dizem um período muito conhecido (usado pelos persas e muitos outros), sendo a metade positiva do Grande Ano de Platão, havendo como vimos outra metade negativa ou Pralaya. Representa isto também um resgate das abordagens originais de Fabre d’Olivet acerca das “raças humanas” sob o ângulo “histórico-sociológico”. A razão de ser um tempo eterno, se relacionaria à sua coordenação pelas forças espirituais, como adiante veremos melhor sobre Shambala.

Claro que podemos tentar aplicar este Manvantara menor às raças, pese a sua inerente desproporcionalidade (ou 4-3-2-1). Existe porém outro sistema-de-tempo na própria Índia, talvez mais conhecido no universo maia-nahua de Meso-América (onde se acredita que estes ciclos sempre terminam em catástrofes naturais), de trabalhar com ciclos solares de 5 mil anos, ou mesmo os períodos caldeus de 4.320 anos que se assemelham mais aos valores do Manvantara e se encaixam exatamente no Ano Cósmico.
Tais “prazos” de evolução permitem já coadunar melhor certos dados da Ciência, tais como:

Revolução Neolítica: 10/12 mil anos atrás ........... Raça Atlante
Revolução Metálica: 5 mil anos atrás ................... Raça Árya

Atualmente o ciclo desta última raça estaria extinto (desde o 2.012), talvez juntamente a um ciclo maior que em breve também findará, daí a grande crise que se anuncia, incluindo novas glaciações...
Anteriormente, a chegada do Neolítico remete a um momento assinalado por Platão sobre a Atlântida, pese haver certas conotações fantasiosas...
E já sobre o Paleolítico (que a rigor integra o Pralaya), pese o pouco que sabemos dele, não é difícil imaginar que os milênios anteriores ao neolítico tenham sido objeto de outras revoluções culturais/econômicas mais sutis, espirituais e preservacionistas, assim como sociais e comportamentais.
A famosa chegada de Shambala (e dos divinos Kumaras, os “Filhos de Brahma”) em “meados da raça Lemuriana” insidiria neste cômputo há “somente” uns 15 mil anos, o que tem relação com o período da migração para as Américas, papel que costuma ser atribuído aos Manus ou Mentores-de-civilizações, os quais abrem as raças e, mais ainda, abrem os Manvantaras, termo que significa “entre dois Manus”. Tal coisa anuncia mudanças definitivas na evolução humana, abrindo uma nova “ronda” e inaugurando uma outra subespécie humana, que é a atual.


Não iremos nos estender mais sobre isto, porque temos vários trabalhos no âmbito da Teosofia Científica voltados para estas duas formas de ver a questão, seja a ampla da “evolução da espécie” (ou paleontológica) como a reduzida da “evolução cultural” (ou antropológica).

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A ‘Guerra nos céus’ de Aquário *


Informação x Contra-informação esotérica na transição planetária


Acima: “caduceu” com Graal & Dragões

“E houve batalha no céu; Miguel e

os seus anjos batalhavam contra o dragão,

e batalhavam o dragão e os seus anjos.”

Ap 12:7


Ao que tudo parece indicar, não se implanta um Novo Tempo sem se travar algumas batalhas-fundadoras. Assim está registrado nos mitos, mas também nas profecias. A batalha parece inevitável, não porque o novo quer vencer pela violência, mas por causa das forças conservadoras que almejam evitar o destino de renovação do mundo. Contudo o Novo deve nascer!
O final derradeiro de um ciclo já representa a própria renovação dos tempos, e a luta final serve para sepultar de vez o velho tempo; assim se costuma interpretar o papel da Guerra de Tróia em relação ao nascimento da cultura grega, e não diferente toca ao hinduísmo quanto às batalhas de Kurukshetra ou mesmo ao Ramayana.



Cena do Ramayana

E a exemplo de Krishna e de Rama, o Kalki Avatar agora esperado –e que será a última, derradeira e definitiva encarnação de Vishnu segundo o Hinduísmo-, também é apresentado como um grande guerreiro da luz (semelhante ao Logos no Apocalipse), em muitas Escrituras do mundo; pois mesmo Maitreya possui um perfil aristocrático.
Quem sabe estas lutas possuem direta relação com a natureza do tempo a ser instaurado? Tal coisa teria relação com o mito do fim da Atlântida, e com esta passagem das cartas de São Pedro:
“(...) pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus, e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste. Pelas quais coisas pereceu o mundo de então, coberto com as águas do dilúvio, Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios.” (II Pe 3:5-7)
A Nova Era está regida pelo Elemento Ar, de base mental. Assim, o conhecimento surge como uma prioridade em nossos dias. A informação é uma coisa fundamental na existência; é como uma semente colocada na consciência, guiando comumente os nossos passos e influenciando as nossas decisões. Na atual época do mundo, quando a forma de apreensão das coisas é basicamente mental, o tema adquire importância realmente capital, num mundo complexo de relações cada vez mais virtuais... Por isto, a “Guerra nos Céus” de Aquário, envolve basicamente o direito à informação boa, justa e correta.

A forte ênfase no fator-informação existente na Nova Era, já evidencia que as estratégias mais importantes de dominação e de libertação passam doravante justamente por aí: na oferta e na demanda de informações, seja norteadoras ou alienantes.
Vivemos numa época em que os analistas reconhecem que a arma mais poderosa é a informação - assim como, na prática, a desinformação ou a ocultação das coisas, ou a chamada contra-informação. E se –a bem da verdade- isto tem sido sempre assim, que dizer na Nova Era de Aquário, regida que é pelo Elemento Ar?!
A guerra da informação segue então a todo vapor, não sendo casual que a mídia mais poderosa está sempre ligada à oficialidade e, em especial, aos grandes poderes econômicos. E como disse alguém, a melhor forma de desinformar as pessoas, é abarrotando-as com informações (sobretudo de má qualidade), não dando tempo nem meios para se processar os dados recebidos.
Contudo, esotericamente esta questão adquire conotações bem mais profundas, a ponto do Apocalipse situar Miguel comandando as hostes da renovação. Certamente, não cabe ver aqui o Arcanjo se debatendo contra as forças mundanas meramente, já que estamos mais é no campo do Governo Interno do Mundo. A “guerra nos céus” é, acima de tudo, uma luta de informação sobre os fatos reais ou falsos acerca dos cernes da Nova Era, especialmente datas, energias, costumes, locais e hierarquias.

“A guerra dos anjos”, Gustavo Doré
Seus guerreiros são homens de fogo e de ar, Elfos, Silfos e Djins. Miguel é o arcanjo que ampara os trabalhos das hostes do 1º Raio relacionado à Vontade-Poder, de modo que seu maior objetivo é defender as verdades relativas à Nova Civilização, cuja revelação coroa naturalmente os trabalhos da transição planetária –propósito maior do Plano da Hierarquia, a respeito do qual veremos adiante-, já que neste conceito se resume ou sintetiza o todo da transformação mundial, incluindo estratégias específicas para efetuar esta renovação.Por isto, a luta pelo esclarecimento e pela Verdade, é em si mesma uma batalha pela Nova Era. A Idade de Ouro que implanta as raças, é chamada na Índia de Satya Yuga ou “Idade da Veracidade”. Ou seja, apenas a Verdade é capaz de renovar a face da Terra.
Apresentar a Verdade, arduamente conquistada, em meio a um oceano de equívocos, falsidades, ilusões e meias-verdades, é como recolocar um eixo no centro do mundo, fazendo com que a Terra volte a girar... A definição do eixo da Verdade, é como a ereção do pilar do deus criador Min do Egito Antigo, pois apenas a Verdade pode definir uma cultura superior sobre a Terra. Como disse Jesus, “buscai a Verdade e a verdade vos libertará”. O que é esta Verdade? É a Verdade do Bem, do Bom e do Belo. É Bem porque é paz; é Bom porque é unidade; e é Belo porque é harmonia.

A guerra da informação oculta


Então, o que significa esta “guerra celeste”? Um dos significados mais importantes, é que se trata realmente de uma batalha de informação e de contra-informação - o que pode incluir, é claro, a mídia e a informática em geral, assim como as telecomunicações em geral. O “céu” corresponde ao Elemento Ar, que é o Elemento da Nova Era de Aquário. Se bem entendidas na sua simbologia hermética, as profecias são muito mais exatas do que as pessoas costumam imaginar.
Se costuma chamar a mídia hoje de “quarto poder”, mas há quem suspeite que ela represente bem mais do que isto. Se conhece, por exemplo, a força fundadora que possui a literatura em todos os tempos, para bem ou para mal. Os analistas avaliam a importância da chamada “guerra da informática”, cuja força e importância cresce rapidamente, e que deve passar pela criação de sistemas autônomos e independentes de comunicação, à parte a potência e o alcance dos mesmos, assim como o poder de interferir nas transmissões alheias. Num mundo onde os fatos acontecem com tanta rapidez e gravidade, a informação naturalmente também se torna vital.
É claro que Alice A. Bailey identificou claramente o uso massivo das Ciências e das tecnologias por parte do “Mal Organizado”: “Essas forças do mal usaram a psicologia, a fim de alcançar os fins que tinham em vista, e o fizeram com resultados surpreendentes, ainda as usam e provavelmente aplicarão os seus métodos na íntegra. Eles valem-se da imprensa e do rádio para distorcer o pensamento humano; apresentam meias-verdades, imputam falsas intenções, reacendem velhas contendas, predizem (com maus presságios) dificuldades iminentes, fomentam antigos preconceitos e ódios e acentuam as diferenças religiosas e nacionais.” (Bailey, “A Exteriorização da Hierarquia”)

Este relato parece uma descrição da nossa situação atual, especialmente naquilo que se veicula na grande mídia, quiçá ainda agravado por numerosas questões. A tecnologia midiática que empregamos, muitas vezes julgando que rompe o nosso isolamento de pessoas oprimidas pela multidão inerte e pelo sistema competitivo e sua democracia monopolista, e não raro sob oferta aparentemente gratuita, nos cobra o alto preço de ter os nossos dados e informações disponíveis para os Xerifes do Mundo, os quais detém afinal o monopólio destas tecnologias sempre em evolução: satélites, aparelhos, chips, etc., etc. Nem mesmo os governos estão imunes a isto, como sabemos hoje, pois a mídia globalizada também se presta -e muito- para o exercício da espionagem com fins diversos.

Ademais, devemos ter consciência de que a nossa mente e o seu livre-arbítrio são seletores quânticos, ante o conjunto de possibilidades vibratórias e de informação que podemos optar. Todavia, não costuma ser uma coisa simples escapar à maya cientificamente programada do sistema para capturar a mente das pessoas, que tudo faz pela alienação do ser humano. É preciso ter uma estrutura-de-vida muito bem organizada ou, se queremos realmente buscar uma vida espiritual, tratar de nos afastar de todo desta fantástica máquina-de-ilusões, ao menos por um bom tempo...
Em tese, uma informação se destina a falar por si mesma, e cada qual tratará de apreender os conteúdos que julgar mais adequado, segundo o seu próprio carma e discernimento. Se alguém se orienta bem pela vida, se deparará provavelmente com orientações mais corretas –é a lei de causa-e-efeito- e adequadas à sua auto-realização.
As forças espirituais não estão alheias a tudo isto. Inspiradas pela necessidade de renovação do mundo, estas forças realizam um esforço “hercúleo” pela implantação das novas energias e conhecimentos, valendo-se inclusive dos recursos midiáticos disponíveis. Alice A. Bailey anunciou, inclusive, que a etapa de revelações das Chaves da Doutrina Secreta a ser conferida na virada do século (e milênio) –chamada de etapa “Reveladora” porque trataria da Restauração dos Mistérios Eternos-, “surgirá depois de 1975 e será dada em ampla escala através do rádio” (em “Os Raios e as Iniciações”). Claro que não devemos tomar hoje ao pé da letra o meio citado (quando já existem meios bem mais ágeis para estes propósitos), e sim a intenção de que a divulgação venha ser realizada “em ampla escala”.


Um Cristo-web, navegando nas ondas de Aquário?

Pois também nestes meios decorre a “Guerra nos Céus” valendo-se de transistores, ondas eletromagnéticas, cabos de fibra ótica e muitos outros recursos que dia-a-dia são aprimorados, por onde passam as informações e as contra-informações destinadas a modelar a Nova Era, com suas nuances e expectativas próprias.Afinal, há muito caiu por terra o mito de que os grandes mestres não escrevem. A partir do momento em que o registro exato das coisas se torna importante, nenhum deles é mais importante do que aqueles registros efetuados pelos próprios autores. Odin, Hermes Trismegisto, Moisés e tantos outros... pese todas as dificuldades de registro havidas nos tempos antigos, deixaram este legado inestimável ao mundo. Afinal, quantas vezes a pena e o tinteiro não terão sido os únicos confidentes das glórias e testemunhos das tragédias vividas pelos grandes iniciados?
É verdade que a Tradição Oral tem valor inestimável, porém o documento do cânone também é imprescindível, coisa esta que reforça a importância das chamadas línguas sagradas, inclusive impedindo que certas línguas desapareçam de todo.
Naturalmente, somente os iniciados e aqueles que têm um compromisso firmado & juramentado com o Bem ou com o Mal, é que realmente podem compreender a fundo este quadro, pois estão a par dos fatos mais profundos e até participam deles.
A batalha pela Nova Era é um Armagedon especial, uma “guerra nos céus”, entre forças especializadas nas questões ocultas, detentoras da informação –e da contra-informação- necessárias para a efetiva renovação do mundo; razão pela qual o vulgo mal se apercebe das sutilezas desta “batalha nos céus”, e ainda assim ele pode sofrer os seus efeitos, pois tal como os Protetores são especializados nas Artes do Bem, os Opressores são especializados nas Artes do Mal. E nisto, a melhor forma de atuar, é apoiando aquilo que o próprio coração sente caber.
Esta informação sagrada a ser protegida como semente-de-ouro, resulta da observância de uma linha-mestra de evolução filosófica, a respeito da qual veremos a seguir.

5. A Tríplice Loja Negra


Se o Plano da Hierarquia está alicerçado sobre os “Três Objetivos” da Sociedade Teosófica (Fraternidade-Ecumenismo-Espiritualidade, entre outros fatores, como acima visto), a Loja Negra e o Anti-Plano na prática pervertem e se opõe a estes Objetivos -ainda que possam até professá-los externamente na construção do seu jogo-de-imagem em busca de poder. Ou seja:
a. Não-Fraternidade, mas competição (o ego e a rivalidade imperam nas relações internas e exteriores);
b. Não-Ecumenismo, mas sectarismo (dogmatismo e presunção de verdades acabadas);
c. Não-Espiritualidade, mas formalismo (tendências ritualísticas, hierarquização artificial, etc.).
Entre as principais motivações da Loja Negra, estão a inveja e a cobiça. Ou seja: inveja de não poder alcançar ou expressar as virtudes luminosas da Loja Branca, e cobiça por pretender usurpar e espoliar o alvo da sua inveja –tendo tudo isto fartas ramificações na humanidade comum e entre os aspirantes.
As principais matrizes da Loja Negra são três (sendo que a combinação destes fatores tampouco representa nenhuma raridade), a saber:
a. A Escola Doméstica. A vocação especial que os Mestres manifestam, desperta reações insuspeitas no seu meio circundante, sendo naturalmente negativas num ambiente materialista como é a família (e ainda outros com que desde tenra idade esta vocação deve conviver), resultando no registro de muitos demônios domésticos na História das Religiões, especialmente em relação aos irmãos, onde tal psicopatia pode alcançar graus extremados. Exemplos: Set e Osíris, Kamsa e Krishna, Cain e Abel.
b. A Escola Histórica. Por “expressão histórica”, nos referimos às Escolas que se desenvolvem à sombra do Plano da Hierarquia e sua área direta de influência, e que tratam de imitar e competir com as Escolas legítimas do Plano, reinventando e reformulando as idéias dadas, assim como deturpando e misturando, no oportunismo de aproveitar os modismos para tentar se projetar, e eventualmente praticando a usurpação espiritual e outras formas ainda mais agressivas de repressão. Exemplos: a usurpação da data profética de 1988 e a distorção das profecias de 1999 e 2012 (ver adiante).
c. A Escola Atávica. Trata-se de Escolas realmente antigas que trazem práticas deturpadas e/ou antiqüadas, e onde algumas das quais simplesmente detestam a luz, embora admirem alguns dos seus aspectos e comumente tratem de lhe imitar o estilo para simular uma novidade e também atrair novos seguidores. Esta Escola é especializada no Mal e até grandes servidores da luz podem ser alvos da sua opressão e perseguição. Exemplos: a perseguição de Jesus pelos fariseus e a paródia da biografia do Buda pela seita Bön do Tibet.
Em outras palavras, temos aqui o falso-irmão, o falso-sábio e o falso-profeta, personificados no Apocalipse pelo “dragão, a besta e o falso profeta” (cf. Ap 16:13). Do primeiro não diremos quase nada, a não ser que se trata de um contumaz oportunista, manipulador e caluniador, um grande mau-caráter, enfim, dotado de todos os vícios; pois não envolve praticamente nenhuma sofisticação intelectual ou espiritual, resumindo-se mais a uma situação doméstica de poder e privilégio, além de cultivada enfermidade mental, pese poder representar isto um infortúnio de quase uma vida para quem lhe serve de vítima. Vale aqui a sentença bíblica: “(...) já o acusador de nossos irmãos é derrubado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite.” (Ap 12:10)
O falso-irmão ou a Besta como Judas
Quanto aos restantes, o falso-profeta se dedica naturalmente mais a fantasiar sobre o futuro, e o falso-sábio (o “dragão”) se dedica a fantasiar mais sobre o passado, e ambos usam bases de vários outros ensinamentos mais ou menos sérios ou reconhecidos, as quais tratam de distorcer e “adaptar” segundo os seus próprios interesses.
o falso-profeta
Neste aspecto, além destes personagens atuarem num Anti-Plano, eles também conformam uma espécie de Anti-Sinarquia, na medida em que se opõe ou contrapõe às estruturas material, espiritual e científica do Plano ou de seus membros. Dissemos de início que este Armagedon é basicamente uma guerra-de-informação, e que isto atinge a liberdade de expressão da própria Revelação divina (e sua esplêndida formulação de Nova Civilização), atrelada à coroação do Plano da Hierarquia, de modo que devemos ver estes acontecimentos como contemporâneos à Revelação e à conclusão do Plano em si, anunciada para acontecer em torno desta transição de milênio.
Reiteramos, pois, ser comum a interação entre estas “Escolas” das Sombras, apesar de não raro eles nada simpatizarem entre si, como seria de se esperar, pois se mesmos os melhores já disputam, quanto mais estes ruins! Contudo, entre eles mesmos prevalece a falsidade, a hipocrisia e a demagogia, o que termina permitindo tais associações trevosas.
O falso-sábio ou "dragão"
Ora, tais Escolas Trevosas raramente aparecem não obstante como figuras satânicas, antes e cada vez mais se ocultando sob formas servis, místicas e espirituais (como já denunciava Helena Roerich em sua época), tal como aquelas praticadas no não raro imaturo e inconsistente ambiente new age, e por isto naturalmente ocorrendo situações de grave traição ante os Planos da Hierarquia.

Sobre a falsa e a verdadeira Loja Negra

Saber que a própria Helena Roerich acusou Alice A. Bailey (e ambas foram muito importantes para o amadurecimento e a conclusão do Plano!, em momentos mais ou menos diferentes) de ligação com a Loja Negra choca e traz à tona algumas questões.
A primeira e a mais evidente delas, seria sobre o orgulho, a rivalidade e os preconceitos geralmente persistentes entre os iniciados que ainda não alcançaram a quarta iniciação (como apontam mitos como o dos aguerridos cíclopes), e que seria mais forte na pessoa de Roerich. Soa óbvio que ela deveria ser uma personalidade “exuberante” – aliás, gosto de analisar Bailey-Roerich como “desdobramentos” de duas facetas principais de Blavatsky, a intelectual e a guerreira, questões sabidamente unidas em vários mitos como o de Minerva.
Outra questão, diria respeito ao maior alcance perceptivo de Bailey sobre as verdadeiras energias de Shambala, coisa à qual os Roerich muito aspiraram mas talvez apenas tenham tangenciado o mistério. Algumas vezes, Bailey fala desta poderosa e misteriosa energia que está “além do amor, da consciência e da Hierarquia” e dá muitas chaves para a sua compreensão e aproximação.
Esta energia oculta costuma ser representada pela cor negra de Shiva (mas também de Krishna), assim como o aspecto “Pai” da Trindade como o Deus guerreiro e vingador do Velho Testamento.
Estaria velada pela idéia das “deidades iradas” (ou apenas poderosas) do Budismo Tântrico, onde o mito teosófico dos Pratyekas como “Budas egoístas” refletiria tais incompreensões (pois se trataria na prática de apenas um dos Sendeiros Superiores de evolução adotados pelos Chohans), assim como certos atributos generalizados dos xamãs como “magos negros”, algo como se acha em “A Voz do Silêncio” a respeito dos “Dugpas” do Tibet, que é nada menos que a Escola de Padma Sambhava, mais ou menos ligada à seita Bön do Tibet, a qual hoje em dia até o próprio Dalai Lama respeita.

Muito embora se saiba que o Tibet realmente representa hoje o mais poderoso e protegido reduto da Loja Negra do planeta, especialmente por causa da proteção que o governo chinês dá à seita Bön e por ter perseguido o Lamaísmo, prejudicando o antigo e frágil equilíbrio de forças então existente no planeta, sobre os seus pontos focais de luz e trevas. E com o avanço do tempo das profecias e do Plano da Hierarquia, a Loja Negra passa a investir cada vez mais nos focos de sua consumação, buscando confundir a percepção das últimas revelações.

Conclusão

Um rápido estudo sobre as Idades de Ouro, já nos mostra o alto de grau de unificação em suas instituições. Por aí podemos entrever que espécie de ensinamento seria capaz de nos orientar até ela, e certamente não serão nem filosofias derrotistas e/ou isolacionistas, e nem qualquer doutrina de enfrentamento radical ou alguma ingênua tentativa de “mudar o sistema desde dentro do sistema”, como tampouco esoterismos obscuros e elitistas. O caminho da renovação é o da recriação das coisas, ciente de um novo espaço-tempo e na sua busca, sobre bases verdadeiramente holísticas ou universalistas.
E o Armagedon anunciado é a luta pela revelação da Verdade, a qual unicamente erige a Idade de Ouro, e portanto renova a humanidade e a civilização, ante as escamoteações das trevas contra esta revelação, inclusive através de falsos ensinamentos e do monopólio da informação, buscando sufocá-la em meio ao oceano de meias-verdades e mistificações humanas.
O diabo é sedutor, tentador e enganador. Tudo que faz é jogo-de-imagem para angariar poder. O Falso Profeta é perigoso porque ousa ensaiar ser popular, embora o Falso Sábio procure ser íntimo do poder. Ambos procuram simular uma transferência de responsabilidades através de falsas vinculações. Contudo, aqueles que querem ser potência na terra, não poderão ser potência no céu. A força de Deus não vem apenas de sua potência, mas do apoio de todos os seres que defendem e vivem pela Verdade, em todos os universos existentes.
A presença destes personagens no mundo não é uma situação comum, e estão relacionados ao amadurecimento dos tempos da mesma forma que o Mensageiro, do qual são como sombras. Neste sentido, tal como a luz faz as trevas despertarem, também as trevas dão o testemunho da luz existente, ainda que tratem de ocultá-la.
Aliás, é comum encontrar neste ambiente de anti-evolução, todo um esforço para tentar “redimir” a imagem das Trevas e de reinterpretar os feitos dos seus agentes, naquela conhecida direção “relativista” de fingir que o Mal nem existe. Disto, duas coisas se depreendem:
1. Estas pessoas jamais foram alvo de perseguições das trevas, pela simples razão de que nunca andaram realmente pelos bons caminhos, embora possam ter aspectos de ingenuidade;
2. E/ou, eles são agentes conscientes do Mal e visam apenas manipular a mente das pessoas; estes são os farsantes.
Mas também existem aqueles que carregam no discurso maniqueísta, pregam muito contra o mal e o diabo, mas apenas para afastar as atenções sobre as suas próprias pessoas e atitudes; e estes são os hipócritas.

O “trabalho” dos falsos mensageiros é todo improvisado e praticamente nada traz de novo, senão a mistura impura de informações que apenas melhora o pior e piora o melhor; como é típico dos trevosos. Tudo que traz é conhecido e a maior parte não tem valor, afrontando os ensinamentos verdadeiros e especialmente as novas revelações. Estes falsos ensinamentos são pessimistas, derrotistas e patéticos, e na prática descrêem na evolução das coisas descumprindo as metas do Plano.
Nesta altura das coisas, já não há mais que falar tanto das Hierarquias nos planos internos, e simcom as Hierarquias em manifestação, pois este é o Plano que está em curso. Porém, o Falso Profeta e o Falso Sábio, embora sabendo disto, ou até por isto mesmo, preferiram a fraude a receberem o Batismo de Fogo sob a ordem correta e tornarem-se assim verdadeiros Adeptos ou Apóstolos da Luz. Seu destino é por isto no mais fundo dos infernos.
Assim, nunca será demais relevar a denúncia daquilo que estes falsos profetas e pseudo-sábios realizam de forma sistemática e insidiosa, em oposição à luz e à renovação do mundo. E nem seria excessivo ressaltar aquilo que todo mundo sabe, mas nunca o suficiente para se defender: “a maior artimanha do Diabo, é fazer crer que ele não existe.” Pois não é difícil para o Diabo seduzir, ele que é o próprio Mestre da Sedução; afinal as pessoas simplesmente não gostam de pensar que o Mal exista no mundo, preferindo o auto-engano e o império das aparências, onde certamente o Mal reina. E assim o Diabo segue tranqüilo a sua faina destruidora, ofertando um doce aqui e cobrando uma vida ali...
É certo que muitos lamentarão as denúncias e não aceitarão o desmascaramento dos Falsos Adeptos, imaginando erroneamente que aquilo que eles trazem realmente tem muito valor, imagem que eles mesmos pretendem vender de seus saberes e idéias; ainda que algum valor até possa ter, como mostraremos mais adiante através do “quadro de pureza” das Escolas do Plano e do Anti-Plano, senão eles não teriam nenhum poder de iludir, e isto eles têm muito, mas nunca muito mais do que falsidades e ostentação de conhecimentos sem valor e nem utilidade real. Pois um grande dom destes Falsos Mensageiros é a sua capacidade de iludir, tal como “Satanás, que engana todo o mundo (...)" (Ap 12:9). Porém, mais que denunciar alguns personagens malsãos, vale denunciar um tipo ou um estilo fraudulento de agir, oportunista, mentiroso e vergonhoso, qie é a feição da Loja Negra.
Os Mestres não possuem causas pessoais a defender, mas vão até o final pela defesa da Verdade. Pois foi dito: “todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do homem ser-lhe-á perdoada, mas ao que blasfemar contra o Espírito Santo não lhe será perdoado.(...), nem neste século nem no futuro.” (Lc 12:10, Mt 12:32) Vale daí a pergunto: se HPB estivesse viva, ela estaria do lado do perseguidos ou dos perseguidores?
Acaso a luz almeja algum embate? É certo que não. No entanto, ela quer a liberdade e o respeito, para todos, e também deseja o convívio e a liberdade, para que a luz se faça, e para que não haja mais guetos e nem a falsidade, porque uma autêntica Civilização não se faz com mentiras e nem com sectarismos. Sua luta é apenas para que a Verdade venha à tona em toda a sua claridade, nada mais do que isto. A Loja Branca não ataca, ofende ou aprisiona, como tanto faz a sua sombra, mas ela pode se defender e libertar, como fizeram Abrahão, Moisés e Gandhi.
Mas ora, aos Mestres da Loja Branca é cobrado todo o seu sangue, suor e lágrimas, atravessando provações que apenas um dentre bilhões de seres humanos é capaz de suportar –sobretudo nos seguidos embates travados contras as Trevas que desejam ocultar a revelação de sua luz-, e tudo vencendo apenas em nome do mais puro amor e compaixão à humanidade, trazendo após isto os mais raros tesouros sagrados de verdade e de revelação ao mundo. Deste crisol-de-fogo eles saem mais que purificados, embora não raro feridos e lacerados. E acaso estes Mestres ou seus raros seguidores, não terão o direito de denunciar o mal, a mentira e a ilusão, ao lado de também jogar luz apresentando o bem, a verdade e a veracidade das coisas? H.P.Blavatsky, por exemplo, teve uma pena ferina, até em excesso, e recebeu trato semelhante de outro grande sábio, René Guenón, ou seja, também exagerado, já que escreveu livros inteiros apenas para denunciar o “espiritismo” e o “teosofismo”, e o que é pior, nem sempre com fundamento...
Contudo, o debate pela Verdade deve acontecer, sendo esta mais uma Tradição das Idades e uma prática das Boas Escolas (já que as trevas preferem evitar eventuais questionamentos), bastando apenas colocar regras claras e justas. O direito à livre-expressão é uma realidade, e notoriamente são os trevosos que censuram e manipulam as coisas, reprimem, se ocultam e fogem ao debate ou buscam impedir a expressão da luz e da verdade. Em todos os tempos, a Loja Branca tem se notabilizado pelo esforço da iluminação do mundo e pela libertação do pensamento, sabendo que nada tem a temer por estar de posse da Verdade, que é sobretudo amor, respeito e unidade.
Pois, embora as batalhas fundadoras sejam necessárias e até inevitáveis, a verdadeira forma como as Novas Eras tem sido implantadas, não é outra senão através do encantamento e da iluminação. Os Mestres maravilham o mundo através das suas revelações, com suas fantásticas novas perspectivas de experiência e evolução que trazem ao mundo, Era pós Era, convidando aos que estão preparados para buscar uma “terra prometida”, que embora tampouco seja para todos a princípio, se destina sim a mudar todas as coisas a seu próprio tempo, sem alienação e sem embates improdutivos, marcando assim um caminho de equilíbrio e de tradição comprovada, assinalando assim o passo da evolução ou da revelação de forma segura e definitiva.
Concluamos, pois, com mais este Chamamento aos fiéis da luz:
O Armagedon se está armando, rápido e certeiro
e dele participarão aqueles que têm o terceiro olho desperto
Que não se deixam enganar por falsas doutrinas
Que não são seduzidos por saberes vãos
E que desejam encontrar uma palavra de esperança para todos.



O avanço da informação segue naturalmente a pauta das gerações, cada qual processando e trabalhando aquilo que foi trazido pela geração anterior e buscando dar a sua própria contribuição - ainda que nenhum destes mensageiros seja jamais a única fonte-de-influência dos seus seguidores, e nem sejam eles mesmos exclusivos ou únicos, embora sim centrais ou axiais em suas respectivas gerações.
E assim, neste quadro geral da informação e da “batalha nos céus”, tem-se a informação inicial como uma realidade neutral, trazida por iniciados de grau menor, tendo a sua base em verdades universais, embora possa ainda estar carregadas de véus e acompanhada de imperfeições –razão pela quão a classificamos como neutra ou “regular”-, tratando-se basicamente de um Postulado-Mor, com aspectos de revelação ou de “renovação dos véus”.
Talvez muitos não alcancem compreender como um trabalho tão incensado –mas também muito criticado!- como o de HPB, possa ser classificado como apenas “regular”. Acontece, senhores, que nós estamos tratando aqui de um trabalho de Adeptos! Esperamos que, na continuidade, tudo isto possa ficar mais claro. Prossigamos, pois.
Na seqüência disto, acontece uma progressiva divisão, tratando de explorar os defeitos e as virtudes da revelação original, a qual apresenta um razoável equilíbrio entre bem e mal, ou entres erros e acertos.
E então tem-se, no lado positivo ou virtuoso, a pós-informação, transmitida através de iniciados de porte médio, tratando-se de um trabalho de exegese e esclarecimento da informação inicialmente dada, contendo às vezes novidades até muito importantes, e representando por isto uma nova revelação. Esta etapa possui mais bem do que mal, de modo que muito se pode aproveitar daquilo tudo que é trazido; o mal ficando mais por conta da manutenção de muitos véus e certas lacunas de informações, por exemplo.
E tem-se depois também a ultra-informação, desenvolvida por iniciados realmente avançados, como o estágio final da informação numa esfera da “especialização do Bem”, adquirindo por isto o sentido de desvelamento pleno das coisas. Aqui o bem prevalece pleno, por conta da clareza e do avanço das informações, tal como na conquista da síntese almejada pelo Plano entre ciência, filosofia e religião.
E no lado negativo, tem-se a anti-informação, que é apenas deturpada e algo ingênua, movida pela vaidade e a ambição de espíritos mais ou menos medíocres, às vezes até trazendo algumas “novidades” interessantes. Possui apenas mais mal do que bem, portanto algo relativamente substancioso ainda se aproveita disto, uma vez que apesar da obscuridade das informações, existe alguma intenção de fomentar as novas coisas.
E após isto, já na esfera da “especialização do Mal”, existe a contra-informação que é movida basicamente por mitômanos, fanáticos e psicopatas, sendo por isto cruel, fantasiosa e destrutiva, assim como agressiva e maliciosa, sem qualquer compromisso com a verdade, apesar de poder ser até muito inteligente e perspicaz, com elementos de erudição sempre mais ou menos distorcidos. Neste grau extremo de maldade, o bem já é raro e pouco, embora tampouco se possa dizer que ele inexista, ficando todavia praticamente por conta da simples erudição.
Esta contra-informação –a qual se encontra agindo no momento atual do mundo, juntamente com a ultra-informação que se lhe opõe- possui quatro táticas principais: a sub-informação (ou informação distorcida, que também podemos chamar de sub-versão das coisas), a depreciação (pela crítica desconstrutiva e maliciosa), a omissão (ou o não-apoio àquilo que se sabe ser bom, belo e verdadeiro) e o “desmentido” (através da pseudo-argumentação erudita e científica, além de sectária, etc.).
O diagrama abaixo, pese os seus evidentes relativismos, pode chegar a fornecer muita informação para o estudante intuitivo. Propositalmente, o tema não está numerado, para permitir interpretações flexíveis. Nisto, vale notar a diferença aparente entre os sistemas de chakras hindu e budista, onde aquele é maior (sete centros) e se conta de-baixo-para-cima (“ascendente”), ao passo que este é menor (cinco centros) e se conta de-dentro-para-fora a partir do coração (“irradiante”), que é como se enxergássemos o caduceu desde cima ou a aura como uma cebola, como no esquema hindu doPanchakosha, as “Cinco bainhas” da consciência. A síntese disto seria, como é óbvio, a espiral cônica, que é a forma mais potente e includente do Universo.
Assim, aquilo que diferencia realmente a parte superior da parte superior do esquema, é basicamente o seu grau de pureza. O que pode significar esta “pureza”? Várias coisas, com certeza, tais como:
a. Antes de tudo o mais, esta “pureza” se refere à não mistura e não-contaminação de um Ensinamento com elementos espúrios e irregulares, que firam o bom senso, o uso da razão, a segurança das pessoas e sobretudo que respeite a espiritualidade e não induza à alienação.
b. A não-emissão de inverdades ou o trata de temas polêmicos e inverificáveis como meras hipóteses ou livres postulados, sem imposição de crença.
c. Fidelidade e respeito ao Plano, em especial aos seus propósitos e ensinamentos, tais como aos Três Propósitos da Sociedade Teosófica, fidelidade esta que não obstante também contempla mais uma visão de espírito que da forma, considerando o dinamismo e a evolução do Plano.
d. Finalmente, entende-se por “pureza” a unidade natural das coisas (na verdade, unidade-na-diversidade, pois o ecumenismo do Plano também é patente). Na parte mais inferior ou “Inferno”, até existe um esforço pela unidade, mas é num sentido violento, tipo tirania –ver a Carta XV dos Arcanos Maiores, ou “o Diabo”, para ilustrar esta questão. Mas, o que se ganha afinal querendo o impossível?

De certa forma, o esquema dado reproduz a evolução humana na presente ronda, tendo como base a evolução mental, que na raça árya alcançou uma expressão maior através das suas forças espirituais. A posição da “Informação” no meio do terceiro estágio, reproduz a conhecida divisão do Plano Mental entre “inferior” (concreto) e “superior” (abstrato), onde naturalmente a Loja Negra se fundamenta naquele e a Loja Branca se alicerça neste. Existe certo consenso de que o aspecto mais forte da Teosofia é o Jnana Ioga (“Ioga do Conhecimento”), e Bailey vinculou esta Escola ao grau de noviciado. Outras ioga mentais mais avançadas também existem, e foram divulgadas com o desdobrar do Plano da Hierarquia, como é o caso da Agni Ioga e até, numa dada acepção, da Deva Ioga, assim como a Kriya Ioga e a Tantra Ioga.
De igual modo, o tema chega a fazer uma alusão ao dito de Bailey de que “a Loja Negra não pode conduzir além da segunda iniciação”, o que nos fornece a pista de que apenas no terceiro grau é que se começa a estar espiritualmente seguro –ainda que, como veremos adiante, estas coisas também estariam de alguma forma mudando. Não obstante, fica evidente que a ênfase mental comumente dada pelos trevosos, os leva ao menos aos aspectos inferiores da terceira iniciação, tal como o diagrama acima atesta fielmente.
Finalmente, caso o leitor vier a estranhar a posição do “Paraíso” no alto do tema, isto se explica por se tratar o “Paraíso” de uma síntese entre céu e terra, seguindo um roteiro semelhante ao da Tábua de Esmeraldas que propõe a experiência inicial “do superior e do inferior” (este não do infernal, mas do natural) para então fornecer a liberação ao buscador através do seu robustecimento íntimo ante as energias trevosas. O Paraíso representa sempre a imagem da Perfeição e da Unidade, e no Livro do Gênese também corresponde à última das criações de Deus.
E como em todos os grupos existe alguma ou muita virtude, a Guerra Fundadora pela Verdade –que é o Princípio que edifica toda a Idade de Ouro, e portanto traz de fato à luz a nova raça ao mundo-, dividirá todos os grupos e até as próprias famílias, como foi profetizado por Jesus: “Digo-vos que naquela noite estarão dois numa cama; um será tomado, e outro será deixado.” (Lc 17:34)
Daí se formará o novo Povo de Deus, “reunido de todas as partes” como disseram os antigos profetas de Israel, abençoado pelas últimas revelações divinas. E assim aquilo que era excelente ficará perfeito, o que era bom ficará excelente, e assim por diante.

Esta é, daí, a ordem deste quadro, que por razões evidentes não buscaremos exemplificar (especialmente do lado das sombras), mas que cada um poderá tentar descobrir por si mesmo, porque os passos estão dados nas entrelinhas; diremos todavia que Helena P. Blavatsky foi o grande marco fundador da informação da Nova Era, abaixo classificada como “Neutro”: 
Este tema reproduz a estrutura geral do Tao e dos Cinco Elementos. Nota-se pelo símbolo abaixo, como os estágios finais (“Ultra”, “Contra”) têm o poder de penetração nos seus opostos - e parece que existe aqui, aliás, mais de um tipo de “cruzamento” desta natureza...
Como sempre acontece, este quadro também está sujeito à questão do tempo e da evolução, no caso, ao passo das gerações, tratando-se de tema ainda atual mas, na verdade, acabado já: os frutos maduros do Plano estão para ser colhidos, para felicidade do  mundo inteiro!
Assim, a informação básica é dada e desenvolvida; possibilitando o sólido surgimento de uma linha-de-trabalhos, tratando-se daí de uma autêntica pedra-de-fundação; apesar de conter também falhas e aspectos sombrios (como erros de interpretação, lacunas doutrinais e críticas exageradas).
Em seguida, diretamente sobre esta informação, tem-se um novo ciclo de trabalhos, que serve de veículo para maiores desenvolvimentos, de onde saem a positiva pós-informação (exegeses, complementos) e a negativa anti-informação (plágios, distorções).
Por fim, e especialmente sobre estas imediatas bases anteriores, surge a ultra-informação (acabamentos, mateses) e a contra-informação (desvios, fascismos), viabilizando o amadurecimento pleno do quadro da informação, para bem e para mal, pois cada estágio anterior dá os seus frutos devidos.

Outros aspectos dialéticos

Nota-se também, que todas as formas da Filosofia Dialética se fazem presentes neste quadro.
Dialética de Análise (ou Tese->Análise->Síntese), parece evidente através do trabalho de Alice A. Bailey, que esquadrinhou a Doutrina Secreta em busca do seu sumo, organizando didaticamente este vasto material para fins mais práticos e objetivos, especialmente em obras como “Tratado sobre Fogo Cósmico” e “Astrologia Esotérica”. A síntese viria na etapa final do Plano, destinado a “reabrir as verdadeiras Escolas de Iniciação”, realizar “a restauração dos Mistérios Eternos” e “manifestar a Hierarquia espiritual”.
Dialética de Contrários (ou Tese->Antítese->Síntese), se notabiliza por exemplo pela atividade contestatória e sobretudo reformista de Alice A. Bailey, que fez a sua crítica ao andamento da Sociedade Teosófica (como o abuso de autoridade “em nome” dos mestres), e vindo a conferir uma estrutura totalmente diversa, espiritual e informal ao trabalho com a Hierarquia, declarando por exemplo que o importante para os Mestres não são as organizações, e sim os movimentos espirituais. Ao nível dos ensinamentos, eventualmente realizou a depuração das informações que deveriam ser corrigidas, como ao dizer Blavatsky simplesmente que “Sanat Kumara veio de Vênus” (que seria uma informação astronômica), quando na verdade ele surgiu é “no globo venusiano da cadeia evolutiva terrena” (o que representa informação astrológica). Por esta eventual imprecisão como mediadora, a sra. Blavatsky inadvertidamente acabou sendo uma patronisa involuntária da mistificação ufológica de perfil new age...
Ainda assim, podemos apontar uma forma de contestação ainda mais radical, nascida dos próprios quadros da Sociedade Teosófica da época (por assim dizer), através das atitudes “rebeldes” de Krishnamurti que, para bem ou para mal, contestou amplamente o próprio conteúdo dos ensinamentos teosóficos e, sobretudo, a idéia de Hierarquia -apesar de não ter recusado o título de “messias” que lhe fora conferido por seus tutores teosóficos... Apesar do radicalismo e da presunção do Sr. Krishnamurti, seu trabalho não estava totalmente afastado das perspectivas do Plano, enquanto fomento da consciência, e de certa forma pode equilibrar para o mundo exterior os excessos de formalismos da ST de então. Porém, o próprio Pano se encarregou de se regenerar, quando habilitou a Sra. Bailey para dar prosseguimento seguro ao trabalho dos Mestres.
Por fim, existe a postura da oposição verdadeira, advinda por vezes da própria Loja Negra, onde a distância das forças conservadoras (fascismo, etc.) se amplia por envolver o trabalho da Loja Branca um processo de criação e de transformação do mundo. E são os representantes da última etapa do Plano e seus opostos, que personificam e comandam naturalmente a grande Batalha Celeste, ademais de viverem na época em que a mídia mundana da informação está desenvolvida no seu máximo (teoricamente falando, é claro, uma vez que esta mídia sempre avança muito).
É pois a épica Batalha dos Dragões, sabendo que este símbolo tem sido usado tanto para o bem como para o mal, pois reunindo aspectos de todos os cinco reinos faz alusão à quintessência e aos Adeptos, possuindo o mesmo significado integrador da suástica (e do Pentagrama), ainda que, se os autênticos mestres o fazem de forma natural e impessoal, no caso dos falsos-adeptos se trata apenas de ambição desmesurada e doentia.
Nisto, a importância da etapa intermediária do Plano não pode ser minimizada, pois é ali que são colocadas as condições para a consumação do Plano nas mãos de um Dragão de Sabedoria, da mesma forma como o contrário daquela fase, ou o chamado Anti-Plano, termina por conduzir ao amadurecimento do Contra-Plano através das mãos de um Dragão de Trevas.
Pentagramas da Luz e das Trevas
Em contraparte, sabemos que “pelos frutos conhecereis a árvore” (Mt 7:16), de modo que estas manifestações finais de paroxia do bem e do mal, trazem naturalmente embutidas o testemunho sobre as bases sobre as quais estes processos vieram à luz, que são aquelas etapas médias anteriores portanto. Ou, algo como disse um sábio: “O discípulo dá testemunho do seu mestre através da sua conduta” (Serge R. de La Ferrière).
A espírito imundo da contra-informação, é o fruto apodrecido de uma árvore tortuosa. Da árvore ainda se salva o lenho de baixa qualidade, para algum fogo qualquer, mas o fruto podre serve somente para adubo, ainda que alguns possam desejá-lo (parece que isto sempre acontece, não é certo, senhora Eva?), na esperança de embriagar-se quiçá, porém mais facilmente eles serão envenenados.
Ah sim!, que ninguém julgue ser isto uma adaptação ou uma interpretação simbólica: a Árvore da Vida e a Árvore do Conhecimento que estão no Paraíso, possuem acima de tudo esta exata acepção: fornecer saberes positivos e negativos ao buscador, tratando-se assim de Escolas específicas manifestadas. Numa, o conhecimento está a reboque do amor e é por isto iluminado e todo-amoroso, tendo a sua Árvore guardada por um Anjo solar. Na outra, o amor, se existe, está condicionado pelo conhecimento, mormente erudito, e que portanto é um saber desviado, cuja Árvore está guardada por uma Serpente maliciosa. Os conhecedores profanos, buscam o saber como um ato prometeico, ou como uma ferramenta de poder. Mas os sábios verdadeiros, embora também estudem muito, obtém o saber de uma forma revelada, e suas pesquisas são sempre orientadas pela “luz da alma”.
As Duas “Árvores”: “Vida” e “Conhecimento”
Paradoxalmente, aquele que busca o conhecimento-pelo-conhecimento não o alcança (embora possa até julgar erroneamente que o faça...), senão de forma sempre incorreta, imperfeita e incompleta –ou de maneira apenas teórica, equivocada e especulativa. Pois nisto vale aquilo que Jesus falou: “Buscai primeiro o reino de Deus e todo o resto vos será acrescentado”, ou senão como São Paulo também falou esplendidamente:
“(...) segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior; para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.” (Ef 3:16-19)
O conhecimento é como os famosos poderes iogues, que vem como atributos naturais da senda espiritual, na busca da luz e da verdade, pelo serviço ao Bem Comum. E nisto, vale sempre se indagação:
A quem servimos realmente, à letra morta ou ao Espírito da Verdade?
Esta é a grande questão a que todos os buscadores devem se perguntar.
Nisto, vale dizer que os caminhos da nova Árvore da Vida de doze frutos (e não mais de apenas nove esferas, como na velha Árvore Sefirotal da Cabala), que está anunciada no Apocalipse joanino, também se acham já abertos, ofertando em especial os frutos da Justiça social através da Sinarquia e da Saúde plena mediante uma Medicina natural/espiritual, assim como a Imortalidade mediante a iluminação científica e a Felicidade conjugal através das almas-gêmeas. Tudo isto representando, pois, a redenção das Quatro Chagas do Pecado Original: trabalho suado, enfermidade, desavença conjugal e morte, sob o beneplácito do chakra do coração plenamente outorgado à nova raça; permitindo viver o céu-na-terra e a terra-no-céu como nos dias do Paraíso, e anda mais, possibilitando a conclusão da evolução humana atual (a do homo sapiens sapiens) e sua breve ascensão a uma nova condição espiritual, semelhante à dos Adeptos de Sabedoria. O tema seguinte também trata deste tópico.


7. A superação do Plano



Mongólia, N. Roerich
Esta é, pois, outra forma de descrever a atuação das três gerações que compenetram o “Plano da Hierarquia de preparação da humanidade para a Nova Era”, incluindo neste caso a menção aos “adversários” que os seus verdadeiros mensageiros devem também encontrar. Pois os Servidores de Luz podem até possuir inimigos e adversários (nunca seus, mas da própria Luz), mas eles jamais encontram rivais verdadeiros; até porque, ao contrário da Loja Negra, a lei que rege a Loja Branca não é a da competição e sim de Fraternidade.
Ademais, quando pensamos que na tradição budista Maitreya é apontado como o “quinto Buda”, vêm-nos à mente a imagem de um grandioso “Adepto cósmico”, razão pela qual comumente lhe é atribuída uma sabedoria divina incomparável...
Esta é uma forma de avaliar o Plano através da Dialética Analítica (acrescida aqui de certa classificação geosófica, que Bailey começou a realizar e agora completamos, inspirados também na S.B.Eubiose):
Fase 1 (ou a 1ª Geração): Tese ou o Testemunho ........... Humanidade (Vaikuntha)
Fase 2 (ou a 2ª Geração): Análise ou o Discurso ............ Hierarquia (Agartha)
Fase 3 (ou a 3ª Geração): Síntese ou a Revelação ........... Divindade (Shambala)
Eventualmente, se poderia falar de uma quarta etapa do Plano, atendendo ao Quarto Princípio dialético da Matese, que envolve a aplicação da Síntese através de uma proposta concreta, tal como seria um novo modelo civilizacional, coisa que também vem ocorrendo no seio do Plano da Hierarquia (ou quiçá, já para além dele...) a partir deste Novo Milênio (através das propostas das Cosmópolis, as “Cidades da Luz”, por exemplo, semelhante à revelação da Jerusalém celeste do Apocalipse), atendendo isto aos dois momentos que Bailey parece ter anunciado para a continuação do seu trabalho, ora “depois de 1975”, ora “no começo do próximo século”, até numa aparente contradição.
Pois, transmitindo a fala do Tibetano a respeito, e tal como ocorrera com Blavatsky na geração anterior, Bailey também anunciou um “prosseguidor” no século seguinte, na seqüência da apresentação das três etapas do Plano, nos seguintes termos:
 “No início do próximo século um iniciado dará continuidade a este ensinamento. Ensinamento que provirá desta mesma fonte de ‘impressão’, porque o meu trabalho não está todavia concluído, e essa série de tratados, vinculadores do conhecimento materialista do  homem e da ciência dos iniciados, deverá todavia recorrer outra fase.” (Bailey, “Os Raios e as Iniciações”)
Tudo indica, contudo, se tratar isto de dois momentos de uma só e mesma missão, pois Bailey não poderia realmente tratar de duas etapas distintas de revelação, mas apenas àquela subsequente dela mesma. Todavia, a idéia de um Quarto Elemento embutido no terceiro, é coisa muito natural no esoterismo, uma vez que o ternário integra uma Unidade virtual. Não casualmente, estas datas coincidem com os momentos de importantes profecias sobre a Nova Era e as novas Hierarquias, relacionadas por Nostradamus (para 1999) e pelos maias (para 2012) à chegada do Messias. Adiante voltaremos ao assunto, quando tratarmos do Plano da Hierarquia à luz da Filosofia Dialética.
Tetraktys em Ouroboros
Ora, um Plano de Quatro Etapas (ou ¾, que é uma fórmula tradicional) nos confere resultados realmente maravilhosos, pois possibilita alcançar as metas quaternárias da Nova Era. Sucede que a meta básica do Plano, seria restaurar a “iniciação verdadeira”, que Bailey define como terciária e solar – a qual era também a meta evolutiva da raça árya, que é a terceira raça “humana” depois da lemuriana e da atlante; dentro do arco de ronda e da espécie humana atual. Neste caso, se estaria tratando antes de uma “recapitulação”, o que era perfeitamente dármico em termos de “sétima sub-raça sintetizadora da evolução árya” (o que corresponde sobretudo à América do Sul, como é sabido), mas não ainda algo realmente novo em termos raciais.
Acontece que a “Nova Era” ou, antes, a Nova Raça-raiz que dentro dela evolui, e que almejará a Quarta Iniciação, “abriu” apenas agora em 2013 segundo o calendário maia, que é o mais correto de todos para estes fins; e por esta razão, temos começado a anunciar a Nova Escola de Iluminação, uma vez que esta conquista passa a estar acessível à humanidade a partir de então. Era preciso suceder a dobra do Milênio, e em especial alcançar a data de 2013, para que o Plano realmente pudesse estar maduro para oferecer os Novos Mistérios ao mundo (incluindo para a Nova Loja da Hierarquia) e, sobretudo, para que este se achasse habilitado a recebê-los, segundo a premissa “quando o discípulo está preparado o mestre aparece”; ainda que eles tivessem começado a ser preparados desde o começo do Plano, avançando significativamente a cada nova etapa, até que os seus alicerces históricos fossem objetivamente colocados entre os anos de 1988-1990 (datas estas também inclusas nas previsões de Bailey).
Assim, a rigor não existe uma quarta etapa do Plano, e sim a própria terceira etapa que se desdobra de certa maneira sobre si numa fase quaternária, na medida em que as próprias informações avançam e se completam em definitivo, no sentido da consumação das coisas em prol de uma Nova Era, e cuja natureza é expressamente quaternária em função da nova raça-raiz. Como a terceira etapa se dá na exata transição do tempo, ela de um lado consuma a recapitulação do antigo, e de outro lado coloca as bases daquilo que é verdadeiramente novo.
Estes Mistérios dividem-se, pois, numa dupla categoria tradicional, que agora correspondem aos seguintes graus, reunidos no símbolo do Cubo:
a. Mistérios Menores ............. Humanos ................. a 4ª Iniciação (Arhat)
b. Mistérios Maiores ............. Hierárquicos ............ a 6ª Iniciação (Chohan)
Na imagem abaixo, temos uma homenagem às grandes mulheres que atuaram para dar vida e luz ao “Plano da Hierarquia de preparação da Humanidade para a Nova Era” e que “velam pelo Graal”, merecendo destaque os nomes ímpares de Helena P. Blavatsky, Alice A. Bailey e Helena Roerich, as quais personificaram uma vez mais o mesmo papel das energias de paixão, amor e compaixão (que alimentam os “três corpos dos Budas”, ou Trikaya), realizado pelas mulheres segundo as biografias divinas de todos os grandes mensageiros, como as Três Marias de Jesus, as três Taras (ou Dakinis) do Buda, as três mulheres de destaque nas vidas de Osíris e do rei Arthur, etc. O tema é melhor detalhado em nosso livro “Matriarcado & Nova Era”, e para uma análise mais completa do Plano da Hierarquia, ver a nossa obra “A Iniciação da Raça”, ambos pelo Editorial Agartha.
“A Visão do Graal”, Tapeçaria do Santo Graal.

As Escolas Raciais

Aquilo que foi dito no tópico acima, deve sugerir que, na realidade, esta “Quarta etapa do Plano” representa um fator transcendental que sugere algo já para além de um “Plano da Hierarquia de Preparação da Humanidade para a Nova Era”, uma vez que após o 2012 a Nova Era já está presente, seminalmente falando, e em sua acepção racial ao menos, que certamente é um dos fatores mais importantes do Plano, uma vez que ele tem em vista a iniciação real e não apenas a implantação de uma nova religião mundial, coisa também incluída no Plano da Hierarquia, mas que atende mais às massas humanas e à definição de uma nova Ética universal, do que realmente processos iniciáticos reais de extração axial ou racial.
As Estruturas do Plano e suas Contra-Estruturas, que é aquilo que vicejou à sua sombra ou que a caracterizou, representa como vimos Escolas Puras e Escolas Impuras, desenvolvidas a partir da Escola Neutra de HPB.
Neste sentido, tal classificação de “graus de pureza”, tampouco atinge na prática a etapa ulterior de trabalhos do último Mensageiro anunciado, realizada após o ano 2000, quando a informação passou a estabilizar-se sempre em torno dos 100% de pureza, em função do arauto já haver atravessado ali todas as provações necessárias, e o trabalho alcançar a condição supra-dialética da Matese ou da Perfeição conceitual, por assim dizer, direcionada daí a uma praxis maior de expressão civilizatória.
É para os seguidores do Último grande Enviado de Shambala -como reza a escritura oriental-, que é válida, pois, a conhecida profecia do Kalki Avatar:
“Assim, na idade de Kali (ferro) a decadência prosseguirá sem detença, até que a raça humana se aproxime do seu aniquilamento.
“Quando o fim da idade de Kali estiver perto, descerá sobre a Terra uma parte daquele Ser Divino que existe por sua própria natureza espiritual (Kalki Avatar);
“Ele restabelecerá a justiça sobre a Terra e as mentes que viverem até o fim da Kali Yuga serão despertadas e serão tão diáfanas como o cristal.
“Os homens assim transformados serão como sementes do verdadeiro homem.” (Vishu Puranas)
E nisto, emerge já a energia de uma nova raça, de ascensão puramente americana (a partir da síntese solar brasileira), como era previsto pelo próprio Plano através dos ensinamentos teosóficos.
Também é importante dizer, que nem todas as Escolas válidas ou úteis para esta transição ou preparação, estiveram exatamente dentro do Plano da Hierarquia sob a fundação teosófica (com seus desdobramentos mormente ingleses, redundando em investimento mormente norte-americano ou na dita “Sexta Sub-raça árya”), ou dele receberam uma influência apenas mínima.
É o que se pode dizer da “Escola Francesa”, considerada mais afeita à Linha Ocidental Cabalista (a qual não teve todavia apenas membros importantes franceses, mas nomes de peso como Dion Fortune, Mebes e outros - para não adentrar, é claro, na luminosa seara dos Perenialistas, no Sufismo e quiçá ainda mais!) e eventualmente com ligações mais sólidas com a Maçonaria (e sendo assim de ascensão atlante), tendo nas suas fundações nomes como Eliphas Levi, Antoine Fabre d’Olivet, Saint Yves d’Alveydre e Mestre Philipe de Lyon, reunindo-se como eixo-de-trabalhos em Papus e no Martinismo, que implantou as “colunas” da Ioga e da Astrologia na América do Sul, manifestando assim os esforços de iniciados pela Sétima Sub-raça árya e na fundação da nova raça-raiz já em solo próprio do Novo Mundo (tem sido observado já o vínculo entre a França e o Brasil) como sucedeu aos astrólogos Cedaior e sua esposa Lorelair (Emma Costet de Macheville), assim como a Serge Raynaud de La Ferrière, o fundador da Grande Fraternidade Universal (GFU) onde a Teosofia de HPB era considerada pré-iniciática (ou “vestibular”, como também se denomina), e se dá muito valor às práticas místicas e espirituais (assim como à Teurgia), ainda que tampouco haja ali propostas espirituais muito avançadas e nem se fale de Alice A. Bailey e do casal Roerich, razão pela qual esta Escola alcançou o Milênio em crise, apesar de tanto falar em “Nova Era”, resultando se tratar destarte de mais uma boa Escola preparatória dentro da transição.
Embora não se apresente como “teósofo” (e quase antes como um “teófano”), fácil resulta entrever que o trabalho de um Fabre d’Olivet (considerado “o primeiro dos grandes ocultistas do século XIX”) possui ampla ascendência sobre o trabalho dos primeiros teósofos e terá lhes servido de norte seguro, acerca do tema das raças, por exemplo, assim como na análise da constituição esotérica humana. Seu estilo pujante e sua pluralidade, seria atraente o bastante para tal, como foi para outros. O incensado Saint Yves d’Alveydre coloca-se como um dileto seguidor de Fabre d’Olivet, vindo a aprofundar a questão social e cabalística propostas pelo pioneiro, quem inclusive é autor de obra intitulada “A Língua Hebraica Restituída”, sendo que o hebraico representa realmente hoje uma “língua ressuscitada”.
Antoine Fabre d’Olivet
Bailey declara em suas primeiras obras, que a linha real de transmissão iniciática passa hoje pela “Escola Himalaica” (ou propriamente árya), sugerindo a primazia dos Mestres que estão por detrás do Plano da Hierarquia. Nada mais natural de acontecer, pois se trata esta da linha de “transmissão natural”, já que a raça árya ascende de imediato à futura raça.
No entanto, tal como Jesus foi acolhido e recebeu as dádivas dos Três Reis Magos vindos das “raças anteriores” (por assim dizer), também a nova raça é uma síntese e e renovação das três raças anteriores, portanto recebe delas as suas preciosa contribuições -sobretudo naquilo tudo que tem de cultura reformada e adaptada aos tempos da evolução-, cada qual destinada a conformar o seu próprio estágio de evolução dentro de um Todo. Afinal, cada nova manifestação deve reconstruir as suas estruturas completas -e isto é também válido para os mestres e para as raças-, e alcançar abarcar ao Todo que existe no planeta, porque a evolução, ainda que ande para frente, também é por isto mesmo inclusiva. Por esta razão, qualquer abordagem mais completa do Plano não pode ignorar a este todo racial, o qual realmente tem sido de algum modo contemplado em todas as suas etapas, e algumas vezes também por Escolas paralelas.
Neste sentido, a chamada “Escola Francesa” (às vezes apoiada especialmente pela “Escola Alemã”, que tende a pôr ênfase no Naturalismo) fez esforços concretos para trazer ao Ocidente o ioguismo e outras práticas “orientais” como é vegetarianismo, a ponto de enfatizar a importância de criarashrams e comunidades para melhor aproveitar estas vivências. E também em torno desta linha mais “objetiva”, se fomentou naturalmente considerações importantes acerca da Geosofia ou da Geografia sagrada, aportando tudo isto contribuições extremamente significativas para o amadurecimento final do Plano.
Neste sentido, quase se poderia falar de um “Plano Paralelo” ou “Alternativo” –assim como num “Sub-Plano”, quiçá-, mas que tem sido acima de tudo “complementar” (e conformando da mesma forma os seus Anti-Plano e Contra-Plano), e quase como uma “retaguarda do Plano”; até porque os seus movimentos amiúde confluem e convergem com as Escolas Principais do Plano e alguns de seus membros ativos têm sido por ele influenciados. Algo mais neste sentido, porém, tratamos já em nossa obra “A Volta dos Templários”.
E sem falar, é claro, de uma Terceira Via de expressão mística mais afeita ao Chamanismo (e de ascensão lemuriana, portanto) e de perfil algo underground, o que todavia pode nos levar a polêmicas maiores e a considerações totalmente fora de questão, pese haver também ali contribuições importantes. Afinal, as Velhas Escolas também têm sofrido naturalmente adaptações durante o último ciclo racial, que remontam a verdadeiras sínteses fecundas, para além de qualquer “sincretismo” oportunista e superficial. É o que ressoa na obra de um Carlos A. Castañeda, por exemplo, trazendo informações surpreendentes sobre o Toltequismo do México (ver a nossa trilogia “A Tradição Tolteca”), que apresenta uma forte influencia pan-atlante (através da cultura chinesa, por exemplo) e até algo arianista, de confluências com alguns dos aspectos esotéricos mais avançados do Plano, configurando assim um autêntico neo-xamanismo atlante e até áryo.
 
Carlos A. Castañeda
Pois, embora a cultura pré-colombiana fosse autenticamente atlante, no seu ocaso ela retrocedeu fortemente mergulhando num lemurianismo animista (e muito disto ecoa na lenda da Atlante decadente de Platão, tal como C. Castañeda fala dos antigos bruxos e sacerdotes que se aliaram ao poderes terrenos para oprimir as nações), servindo nisto a Colonização européia, no dizer do mesmo, para estimular uma depuração nos seus quadros e procedimentos, resultando ao final uma espécie de Escola Dupla (próprio, aliás, da essência lunar atlante) como uma serpente-de-duas-cabeças. Aqui se poderia falar, pois, nos termos de um “Infra-Plano”, que eventualmente pode auxiliar as pessoas a começar a encontrar o Caminho.
Apenas para resumir, citemos pois estas contribuições “paralelas”, sem entrar em maiores detalhes que apenas poderiam trazer mais confusão num quadro já por demais complexo.
a. O Plano ...................... Escola Árya: Ioga, Astrologia, etc.
a. O Sub-Plano .............. Escola Atlante (reformada): Cabala, Magia, etc.
a. O Infra-Plano ............. Escola Lemuriana (reformada): Chamanismo, Naturismo, etc.
Isto posto, resta apenas citar, e igualmente de passagem, aquelas correntes totalmente estranhas a qualquer Plano, e que ainda assim algumas vezes tem dele se aproximado (e ainda mais do ocidentalizado “Sub-Plano” e, em especial, do “Infra-Plano” chamanista), sobretudo através das espoliações e das usurpações fraudulentas da Loja Negra.
Em algumas ocasiões, por razões do carma coletivo, as verdadeiras Lojas Negras (ou as Escolas Malditas) são liberadas para realizar graves ataques mágicos contra a Loja Branca e seus Servidores. No entanto, estas Lojas Cinzas também causam prejuízos sérios à imagem do Plano, e até atrapalham o trabalho dos verdadeiros servidores, podendo até cometer assassínio para defender os seus interesses escusos, como aconteceu com nas conspirações dos fariseus contra Jesus. Talvez isto se aplique ao dito de Carlos Castañeda, quando diz ser mais fácil ao homem comum matar um feiticeiro do que outro feiticeiro fazê-lo.
As Escolas Malditas são uma nata da Loja Negra, remontam às raças pré-humanas ou pré-lemurianas, oscilando sempre em torno dos 100% de impureza, razão pela qual navegam na condenação pura e simples, embora também ali se pratique formas de ética e de disciplina e haja variantes de expressão, permitindo com que algumas pessoas delas tenham emergido para escolas melhores.
A partir disto, podemos seguir para a informação seguinte, com a qual encerraremos o presente segmento.




8. A “separação das águas” dos Tempos


A Anunciação dos Mistérios serve para preparar a transição dos tempos. Mas apenas aos poucos eles se dão a conhecer, pois tudo deve ser gradual, e eles somente começam a ser realmente desvendados quando finalmente chega o tempo novo, o que é feito naturalmente através dos próprios mensageiros deste “novo tempo e novo espaço”.
O processo de desvelamento total e da restauração dos Mistérios Eternos, na culminação do Plano da Hierarquia, obedece a um calendário preciso -embora naturalmente pouco conhecido-, de transição dos tempos. É um modelo de calendário de manvantara, porém solar de raças e de idades do mundo, e de algum modo abarcando as Eras zodiacais –ver detalhes em nosso matéria “Estruturas principais da Raça-raiz”.
Um calendário solar-racial com ciclo de cinco mil anos
Somente existe guerra quando duas partes se levantam em conflito, senão, restam duas coisas: paz ou dominação. Mas a opressão não é diga e nem é justa. Por isto o subjugado deve levantar-se, não todavia para confrontar, mas no mínimo para se afastar; o que pode motivar uma luta de livramento. Infelizmente, os oprimidos nem sempre se reconhecem como tal.
Contudo, esta batalha de que fala o Apocalipse não é uma batalha qualquer, ela é a grande luta pela implantação dos Novos Tempos –como foi a Batalha de Kurukshetra, de Krishna e Arjuna-, onde a Verdade restaurada deve embater-se contra as forças do atavismo e do obscurantismo.
Pois é disto que trata a profecia: a guerra nos céus de Aquário, a luta pela revelação da Verdade na Nova Era, em meio ao caos da informação mundana e da contra-informação pseudo-ocultista, sob a oposição daqueles que almejam deliberadamente ocultar e desviar os fatos. Cada emissão de informação representa um dardo nesta batalha, pró ou contra a Verdade, especialmente no momento em que a Verdade –que é síntese, ordem e unidade- é final e plenamente revelada ao mundo, e ela já não pode se calar, da mesma forma como não é possível pedir ao Sol que retroceda em seu curso inexorável e libertador...
É neste momento que o mundo se divide, as águas do passado se afastam das águas do futuro, e cada um toma o seu caminho, prosseguindo para o novo que ruma para a iluminação e a vida, ou permanecendo no velho cada vez mais obscuro e fatal. O fato do cetro de Moisés conter uma serpente-de-bronze (ou de fogo) não é casual, pois aludia à iniciação ou a informação pró-iniciática, capaz de efetivamente dividir as épocas, por ser hábil para fazer mover a roda-do-tempo para adiante...
Trata-se assim da ação do Verbo criador, espada flogística que fende o véu dos tempos, abrindo caminhos novos com o seu próprio poder-de-equilíbrio, harmonia criadora e magia transcendental, alcançando assim estar no Centro sagrado das coisas, o próprio Sanctun sanctorum.
Pois neste caso, e à parte os aspectos ocultos que todavia velam estes mistérios, estamos trabalhando hoje é com a transmissão da Verdade e da própria Revelação final sob as Luzes do Pramantha, através da grande síntese realizada entre as disciplinas mundanas e espirituais capaz de abre as portas da nova Idade de Ouro para o mundo, na colheita dos frutos amadurecidos do “Plano da Hierarquia de preparação da humanidade para a Nova Era”.
Afinal, esta batalha celeste apenas poderia acontecer sob a presença do Instrutor do Mundo –prevista para acontecer na coroação do “Plano da Hierarquia”, porque somente com ele a Verdade se encontra totalmente restabelecida. Por isto foi dito, revelado e anunciado nos Evangelhos, que após o Cristo na cruz “entregar o seu Espírito” (coisa erroneamente entendida como a sua morte), “o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo” (Mt 27:51 –ver nossa matéria E o véu do templo se rasgou, de alto a baixo...”). Tal coisa tem direta relação, pois, com o afastamento de todos os véus do conhecimento oculto, e a decorrente restauração dos Mistérios Eternos, tal como preconizado por Alice A. Bailey para esta nova virada de milênio, e a ocorrer após a provação maior da cruz espiritual que o próprio Plano preparou...
A Loja Negra sempre cerca o messias (já desde o mais tenro berço!), porque onde existe uma grande luz, também se desperta uma grande treva – não, porém, para que haja “um equilíbrio nas coisas” (como costumam dizer improvisando os pseudo-iniciados), pois a luz em si mesma já é este equilíbrio, e sim porque a luz também revela as trevas (ao mesmo tempo em que a ilumina) e suscita o mal despertando a inveja, a competição, etc. (a matança dos inocentes por Herodes, é um exemplo clássico), ainda que os mestres nada façam de intencional para isto e, a rigor, as suas missões sempre tão únicas e especiais nem se caibam a tal.
Sob o exato teor da Parúsia, é que ocorre o clímax e a definição das forças opostas. Os frutos estão ali maduros para serem colhidos, na época exata da transição. Grande e imenso é o esforço para ocultar a manifestação das profecias. Quase tão imenso quanto as dificuldades que encontram as próprias forças espirituais para se manifestar por si mesmas no mundo. Como disse Bailey “os mestres não possuem uma personalidade para se manifestar neste mundo”, em função de todas as renúncias que os nirvânicos têm realizado, através do seu árduo mas glorioso Sendeiro de Retorno - o que é muito diferente dos trevosos, que tudo fazem antes para aparecer e para alimentar o ego. Também por isto foi predito que “o dia do Senhor virá como o ladrão, de noite" (I Te 5:2, ver tb. Ap 3:3 e II Pe 3:10).
No tempo oportuno, contudo, aquele que hoje ainda é conhecido como O Encoberto, deixará de ser e sua Face será finalmente por todos conhecida! Tal depende de que cada qual faça a sua tarefa: quem for de semear que semeie, que for de regar que regue, quem for de colher que colha. Vale, pois, a menção ao inspirado poeta:

O ENCOBERTO
Fernando Pessoa

Que símbolo fecundo
Vem na aurora ansiosa?
Na Cruz Morta do Mundo
A Vida, que é a Rosa.

Que símbolo divino

Traz o dia já visto?
Na Cruz, que é o Destino,
A Rosa que é o Cristo.

Que símbolo final
Mostra o sol já desperto?
Na Cruz morta e fatal
A Rosa do Encoberto.

Não é fácil então oprimir os mestres, eles que não reagem e dão a outra face a bater? Todavia, qualquer pessoa dotada de um mínimo de espiritualidade, deveria saber o quanto existe a temer d’Aqueles que detém as chaves do céu e da terra! Por isto atentai: cada sussurro de um mestre é antes como um trovão! Da mesma forma como o rugido de um néscio não passa de um simples miado.
O mensageiro da arte Nicholas Roerich, imbuído das lendas do Oriente por onde viajou profundamente, acompanhado de sua nobre consorte, aproximou a lenda tibetana de Rigden Gyepo à profecia do guerreiro celeste Kalki Avatar, o último avatar de Vishnu ora aguardado, em nada distinto do Logos do Apocalipse de João.
Rigden Gyepo e a Bandeira da Paz-Cultura, N. Roerich.


9. A “Guerra nos Céus”: conclusões


Shenrab: plágio ou fraude? 

A Idade de Ouro é como se chama a eclosão definitiva de uma Nova Civilização, o começo real de um novo ciclo da Humanidade, sob as luzes do ecumenismo e da evolução cultural. E a Verdade é a força criadora que pode redimir o mundo, por isto a Idade de Ouro que funda as novas humanidades também se chama “Idade da Verdade” no Oriente, significando a implantação de uma Idade de Perfeição, e se tratando daí da afirmação final daquilo que é universal e renovador, contra aquilo que é parcial e retrógrado, no auge de uma luta fundadora entre o novo universal e o antigo sectário, o que inclui ensinamentos válidos e ilusórios. Por “universal” tampouco estamos nos referindo a uma cultura-de-massa vulgar, embora tais respostas também detenham ampla dimensão social. Trata-se com efeito da separação entre aquilo que é universal e aquilo que é parcial, sem elitismo e nem individualismo.
Para chegarmos a isto, infelizmente anda há muitas batalhas a travar, pela reeducação da humanidade para as coisas de Deus, como também contra o oportunismo, a covardia, a ignorância e a traição; a arrogância, a prepotência, o fanatismo, a mistificação, a idolatria, o fetichismo, o ceticismo, a deturpação, as meias-verdades e todos os outros limites, desafios ou dificuldades que a Verdade encontra para se manifestar, revelar e expressar neste mundo.
E talvez acima de tudo a inveja, que sempre anda de braços dados com a presunção e o sectarismo e, é claro, a usurpação, esta chaga tão comum que geração pós geração destrói e oculta os caminhos da humanidade. Existe até certo consenso de ser a inveja -que até já recebeu o nome “monstro de olhos verdes”- a causa de todos os males! Pessoas que deram apenas alguns poucos passos na senda, tentam derrubar quem já deu dez passos, apenas porque julgam possuir poderes para isto, independente de qualquer outro mérito, bom senso, ética e responsabilidade.
Se alguém recebe um dom, é porque possui méritos. E se queremos alcançar algo, devemos fazer por onde. O que não sabemos muitas vezes, é que os supostos galardões espirituais tem um custo, que representa muito mais responsabilidade e ônus do que liberdade e bônus. Por isto o preguiçoso prefere fraudar e usurpar.
Usurpação é quando alguém procura tomar o lugar de outro mais legítimo, como acontece com um discípulo probatório que, ao invés de organizar um ashram para um mestre como é solicitado, o faz para si mesmo cedendo à tentação da fraude, traindo assim a confiança da Hierarquia, como tem acontecido também neste contexto da Nova Era, criando mais confusão e atrasando a manifestação do Plano. A usurpação pode tomar ares verdadeiramente teatrais, pois não passa da paródia, buscando competir com o elemento oficial. É o que também o culto xamanista Bön do Tibet teriam feito ao aproximar a biografia seu avatar Tonpa Shenrab Miwoche de tal forma à biografia de Gautama Buda, visando concorrer com a nova manifestação divinal num Tibet destinado a se tornar budista.
Qualquer ensinamento que não se depare com a Loja Negra, ou é muito preliminar ou é muito suspeito... Ensinamentos que ofereçam verdadeiro potencial de iluminação e renovação social, sempre se acham sob aguda observação das trevas.
No mais, participantes de seitas sempre se acham os únicos “salvos” ou eleitos do mundo. São todas formas que o ego encontra de macular e transferir as suas mazelas para o campo da espiritualidade.

Exórdio

Dizíamos de início, que a informação guia “comumente os nossos passos e influencia as nossas decisões”.  Nisto, ela possui muita relação com a educação, que é coisa que não se limita à infância/juventude, mas a rigor acontece durante toda a nossa vida, ou deveria acontecer. Por isto, o melhor é assumirmos que vivemos um estado de educação permanente, e tratar de organizar um currículo vitalício condizente, para que nossas existências não fiquem tão facilmente sujeitas às más influências circundantes.
Quando o mundo anda em trevas à noite, não há muito o que fazer a respeito. Ali a Lua é celebrada, e até a pequena chama de uma vela é bem-vinda. Mas quando o Sol finalmente surge, todas as pequenas luzes devem ser logo apagadas, sob este Sol que unifica e que é unidade, vindo para todos. Ai de quem permanece ainda encerrado tentado dizer que o Sol não é o Sol, e que se deve seguir buscando a Lua! Pois um Novo Dia se faz mister sobre o mundo.
Sol invictus
Miguel te conclama para apurar o teu discernimento e honrar a Verdade. A gravidade dos atos destes servidores das trevas, é da mais alta conseqüência, porque eles estão dispostos a investir contra o “Santos dos santos”, o próprio coração do Templo divino, e acima de tudo contra o soberano Espírito da Verdade, que é o próprio Espírito santo, o Deus-em-nós, alvo da revelação e da redenção final do homem e da Terra, e cuja defesa tem sido a Regra dos Nobres Cavaleiros & Damas da Luz nesta Era do Mundo, sabedores das Promessas imortais que aguardam no céu e na terra aqueles que velam pelo Graal...
É chegada aquela hora, pois, em que as pessoas devem levar muito a sério as suas opções, pois qualquer leviandade maior pode cobrar um alto preço para o planeta todo.
Que cada um que se sinta chamado para a Grande Batalha dos Céus, e quem julga em seu coração que nasceu para este momento crucial da História do Mundo, perfile-se então para dar a sua contribuição no Momento decisivo do planeta, comparecendo para fazer a diferença na grande Hora Final de recriação de todas as coisas!
Vincit omnia veritas


* Com a presente matéria e as que seguem, esperamos sinceramente poder auxiliar as pessoas a discernirem melhor entre o joio e o trigo naquilo que lêem e estudam em meio a tudo que se oferece hoje, e o fazemos sabendo como o conhecimento é coisa sutil e demanda uma ampla dedicação para conhecer a fundo os seus meandros e intenções. De resto, esperamos é que o texto posso naturalmente falar por si só.
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