A Teosofia em geral tem uma forte influência nos novos ensinamentos, especialmente em suas vertentes históricas centralizadas em Helena P. Blavatsky e sua sucessora espiritual Alice A. Bailey. Porém, dentro das revelações do Plano da Hierarquia, procura-se hoje dar uma cor mais “científica” ao tema, tratando basicamente de retirar os véus remanescentes, além de apurar sínteses e agregar idéias complementares, como seria a questão social e a própria espiritualidade e iniciação. Esta é a origem da “Teosofia Científica”, uma doutrina promissora que trabalha basicamente com a Ciência dos Ciclos. Uma Teosofia Científica reuniria -nada mais e nada menos- que os dois pólos extremos do conhecimento (espiritualidade e ciência), preenchendo daí todo o leque do humano saber.

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Espécies, Raças e Civilizações – uma chave pitagórica


Sabemos que os ciclos raciais que apresenta a Teosofia Clássica, traz muitos problemas à luz da Ciência –e nós acreditamos na Ciência tanto quanto nos Mitos, ou seja: com respeito, mas sob as devidas reservas.

Tratamos os Mitos nestes termos: “onde há fumaça existe fogo”. Vemos pois suas informações como “pistas” preciosas, sem pretender dar a eles um caráter de Ciência. Cada disciplina tem a sua função e virtude. A Ciência é mais precisa em termos concretos, mas a Mitologia traz informações espirituais mais ricas. Sabendo reunir o melhor e o principal de cada disciplina, nós teremos os caminhos abertos para a Verdade Una –afinal, a grande proposta teosófica e a “síntese entre ciência, religião e filosofia”, e não a subserviência de umas às outras.
Os místicos porém, cometem o erro de acreditar piamente nos Mitos –estes mesmos relatos “raciais” que a Ciência não endossa, por exemplo- e descrer na Ciência. Tal coisa tende a levar ao fanatismo e à ignorância, próprio da religião popular apenas, e não do verdadeiro Ocultismo.


A Índia clássica popularizou muitos dados esotéricos através de Mitos (até como forma de preservação no tempo), mas apenas o vulgo e o supersticioso acreditam literalmente em tais coisas.
Nestes Mitos se inserem comumente as famosas “civilizações antigas” –tal como citadas por Platão acerca da Atlântida-, que não raro colocam problemas ainda mais complexos, atiçando a fértil imaginação dos “esotéricos”.
Pois bem, como já temos demonstrado, os sete ciclos raciais da “Teosofia Clássica” ascendem a milhões de anos. Eles mal cabem na evolução pretérita dos hominídeos, e ainda postulam um tanto para diante, já que ainda existem duas raças por vir.

Temos demonstrado igualmente, porém, que as datas e os ciclos antigos podem ser revistos e redimensionados. A Teosofia subordina as raças aos Manvantaras, mas estes ciclos possuem várias acepções, havendo ao menos duas exatamente paralelas, que reduz seus 4.320.000 anos a apenas 12.000 anos (ver “Glossário Teosófico”, verbete “Yugas”) –algo que condiz com dados de muitas tradições (persa, caldaica, etc.) e remete a outras leituras dos ciclos raciais, aquele mais afeito às civilizações, precisamente.
Geralmente buscamos distinguir a noção literal de “raça” daquele de cultura, no sentido de que as “raças” seriam manifestações culturais de caráter mundial (embora com bases continentais), e não necessariamente através de “civilizações”.
Por exemplo. À luz da ciência, a cultura ou civilização que podemos definir como árya eclodiu mundialmente há cerca de 5 mil anos. Antes disto, havia pequenos focos de civilizações desde uns 13 mil anos atrás, especialmente nas regiões da Turquia, Rússia e Palestina.
Por sua vez, a cultura atlante, se associa à chegada do neolítico faz uns 12 mil anos, quando começou a agricultura ostensiva e surgiu um novo padrão espiritual.
Este é o modelo aproximado adotado também por Fabre d’Olivet -o pioneiro no trato esotérico do tema das raças humanas-, e que preferia descrever o tema como “ciclos históricos e societários".


Contudo, existe ainda uma abordagem tradicional bastante científica, que provavelmente ainda não tem sido tratada, e que tende a ficar cronologicamente entre as subespécies e as culturas mundiais como acima descritas. Trata-se da formação das raças literalmente falando, quer dizer: o surgimento físico da raça negra, da raça amarela, da raça vermelha e a da raça branca - como etapas da “jornada humana”, enfim.
Provavelmente tal coisa não seria muito difícil de estimar, uma vez que o surgimento destas raças estaria relacionado ao estabelecimento humano nos Continentes após a sua saída da África, após o seu surgimento neste Continente.
O gráfico abaixo demonstra esta realidade.


"Jornada humana" - o surgimento do homo sapiens nos continentes

Vejamos, pois, o que este diagrama nos diz. Tudo surgiu na África, onde permaneceu longamente. Não raro se atribui a idade de 500 mil anos ao homo sapiens. Depois começou o seu deslocamento através do mundo, em sete etapas, através das quais se vai recaracterizando o homo sapiens e aprendendo novos saberes.
Podemos ver que a sequencia não dista muito do relato teosófico, inclusos nos seus “nomes raciais” abaixo:

1. África ................... 200 mil anos ............... “Hyperbóreos”
2. Oriente Médio ........ 100 mil anos ............... “Austrais”
3. Austrália ............... 60 mil anos ................. “Lemurianos”
4. Ásia ...................... 67 mil anos ................. “Atlantes”
5. Europa .................. 40 mil anos ................. “Arianos”
6. Norte América ........ 30/20 mil anos ............ “Norte Americanos”
7. Sul América ........... 12 mil anos ................. “Sul Americanos”


Os dois primeiros momentos soam mais estranhos aos conceitos teosóficos, onde eles inclusive tendem a ser mantidos de forma mais simbólica e oculta, velando culturas ou “raças” ditas “pré-humanas” e que atribuímos ao Pralaya. A primeira migração austral se dá apenas na terceira fase migratória, na Austrália, a qual poderia ser associada à Lemúria.
Em seguida, na quarta fase migratória, se veria que a primeira Atlantida foi asiática, e as posteriores seriam americanas, por causa das migrações finais a partir da Ásia e outros locais. A conhecida idéia teosófica de uma Shambala a um só tempo lemuriana e asiática se complica.
Logo, temos a quinta fase migratória na Europa, onde se costuma ver a origem da raça árya. Se diz que ele conviveu ali com o Neandertais, dos quais teria aprendido muitas coisas e por isto teria também desenvolvido astúcia e as artes da guerra.
Por fim, ocorrem as citadas migrações americanas, onde o gráfico separa bastante norte e sul no tempo.



Com algum esforço –considerando que estes números são relativamente móveis ou sujeitos a mudanças- podemos sugerir que estas ondas migratórias estejam divididas por unidades de ciclos de 12 mil anos (manvantaras), quiçá agrupados em escalas piramidais como a da Tetraktys pitagórica (a imagem acima). Esta chave “espiral” acompanha a aceleração crescente da evolução cósmica, que acontece também nos reinos animados, fazendo-se presente igualmente na evolução do espírito.

Vale notar que o ciclo cósmico do Manvantara também organiza os seus yugas (idades) internos nestes termos. Segundo H.P.Blavatsky, as próprias raças raízes estão organizadas através das Idades Metálicas. Nem por isto estamos pretendendo estabelecer aqui uma “ciência exata”, mas apenas encontrar padrões.
Note-se daí a presença de fractais 1/10, como seria 12.000 anos e 12 mil anos, ou 20 mil anos (ou 26 mil anos, o Ano Cósmico completo) e 200 mil anos (Alice A.bailey chama o ciclo de 250 mil anos de “ronda completa”, na sua obra “Astrologia Esotérica”), os quais também surgem nas citadas doutrinas. O quadro final resulta complexo, mas aponta seguramente novas soluções.

* Luís A. W. Salvi é autor polígrafo com cerca de 150 obras, e na última década vem se dedicando especialmente à organização da "Sociologia do Novo Mundo" voltada para a construção sócio-cultural das Américas.


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Um comentário:

  1. Muito boa explicação . Também sou estudante da teosofia há mais de 30 anos , e , realmente, apreciei muito o conteúdo científico e filosófico da sua exposição .
    Também tenho um blog: " travessia nova era" , no qual exponho alguns conceitos do esoterismo alinhado com a ciência .
    Namastê.

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