A Teosofia em geral tem uma forte influência nos novos ensinamentos, especialmente em suas vertentes históricas centralizadas em Helena P. Blavatsky e sua sucessora espiritual Alice A. Bailey. Porém, dentro das revelações do Plano da Hierarquia, procura-se hoje dar uma cor mais “científica” ao tema, tratando basicamente de retirar os véus remanescentes, além de apurar sínteses e agregar idéias complementares, como seria a questão social e a própria espiritualidade e iniciação. Esta é a origem da “Teosofia Científica”, uma doutrina promissora que trabalha basicamente com a Ciência dos Ciclos. Uma Teosofia Científica reuniria -nada mais e nada menos- que os dois pólos extremos do conhecimento (espiritualidade e ciência), preenchendo daí todo o leque do humano saber.

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Revisitando os Objetivos Teosóficos


Os propósito da Sociedade Teosófica, são amplos o suficiente para serem retomados por muitas gerações, cada qual à sua maneira, especialmente quando consideramos todas as versões originais destes objetivos. Eles são tão exatos, pertinentes e profundos, que muitas sociedades simpatizantes os têm adotado sem “retoques”, afinal os seus desafios ainda se impõe ao mundo. Naturalmente, estes objetivos sofreram as suas transformações, até alcançarem a sua “formulação final” em 1896, em formas visando não criar maiores polêmicas na época.
Os objetivos da Sociedade Teosófica, criada por Helena P. Blavstsky, são:

1. Formar um núcleo da Fraternidade Universal da Humanidade, sem distinção de raça, credo, sexo, casta ou cor.
2. Encorajar o estudo de Religião comparada, Filosofia e Ciência
3. Investigar as leis não explicadas da Natureza e os poderes latentes no homem.

Temos afirmado que, num certo sentido, ali mesmo se encontram as bases do “Plano da Hierarquia de preparação para a Nova Era” revelado por Alice A. Bailey, embora sem exclusivismos, porque o Plano é Uno. À luz do avanço do Plano, porém, e inclusive da sua oportuna conclusão, o tema mereceria ser revisitado, aprofundado e quiçá, mesmo resgatado em suas idéias originais. Vejamos, então.


Propósito 1º

A formação de “um núcleo da Fraternidade Universal da Humanidade”, que é a grande essência da Teosofia moderna é, com efeito, também a chave-mestra das mudanças culturais em todos os tempos. Estamos falando, é claro, das grandes renovações, com poder ecumênico irradiador e detentor de “sínteses ativas”, através de um grupo aberto e receptivo filosoficamente, mas também “crítico” e coeso em suas propostas de renovação, sabendo que todas as religiões tem as suas verdades, mas que estas necessitam ser em parte restauradas, e também as suas metas renovadas à luz dos novos tempos, não raro seguindo as suas próprias profecias.
Estas colocações até podem soar exclusivistas, mas são também tradicionais, no sentido da “verdade fecundada em solo régio”, para dali se expandir então pelo mundo. Por isto, as primeiras formulações também falavam sobre “Formar o (não “um”) núcleo da Fraternidade Universal...” Sabemos por exemplo, que inúmeras culturas, sociedades e civilizações, nasceram com efeito da difusão deste núcleo original de seguidores de alguma Verdade maior, porta-vozes das sínteses e das mateses ou do “conhecimento total”, baseado em realizações maiores e na habilidade de fazer propagar a luz, emergindo assim como uma espécie de “nação eleita” para um dado período do mundo.

Uma raça-raiz apenas pode emergir de um núcleo original, daí a tarefa dos Manus em separar uma porção de pessoas para ali semear a sua grande luz, permitindo com que haja um rápido avanço, mesmo neste grupo reduzido, uma vez que através da educação muito pode ser feito, daí Moisés ter tomado esta medida quando viu que o povo que ele tirara do cativeiro egípcio era débil em sua vontade. Neste grupo, podem então surgir grandes seres, heróis, iniciados, santos e iluminados, levando para a humanidade uma casta efetivamente superior e detentora de Altos Saberes, servindo assim como núcleo de uma nova civilização.
Assim, podemos estar aqui diante do típico caso de uma idéia original que comporta uma luz maior, apesar dos seus porta-vozes não terem alcançado sustentá-la de todo. Mas que à luz da conclusão do Plano da Hierarquia de preparação da Humanidade para a Nova Era, já se justifica, explica e aplica melhor.
A idéia da Fraternidade universal, primeiro Propósito da ST, termina por representar também o seu grande mote, a idéia realmente inovadora que serviria como uma nova Ética Fundadora para a humanidade, também por ser um preceito da Nova Era e grandemente adeqüado a uma época de globalização, colocando assim os cimentos da paz e de toda uma nova cultura mundial a surgir a partir disto.


Propósito 2º

O “estudo comparado” das religiões é de grande valia, mas valeria também para outras doutrinas e filosofias, de modo que aqui proporíamos uma reformulação do Propósito, nestes termos: “Encorajar o estudo comparado de Religião, Filosofia e Ciência.” Ou seja: é preciso comparar e respeitar todas estas formulações da verdade (nas quais ainda incluiríamos os mitos e as epopéias), como sendo de valor semelhante.
Tem-se a constante sensação de que a Sociedade Teosófica foi muito radical no seu anti-clericalismo, e portanto na anti-religiosidade, reforçando daí o seu elitismo. A sucessora Alice A. Bailey, pelo contrário, terminaria por prever, a partir da sua formação evangélica, uma importante síntese capaz de resgatar os fundamentos mais profundos do catolicismo, decodificando não somente uma espécie de teosofia cristã, como também, em termos de ciência espiritual, um ocultismo prático de profundas raízes budistas esotéricas.

Seria importante também resgatar novamente as idéias originais, apesar de parecerem polêmicas às vezes. A versão original de 1881, diz: “Estudar a literatura ariana, religião e ciência.”* É óbvio que aqui recai uma suspeita de racismo, em função dos vínculos antropológicos do conceito teosófico de “raça”. Mesmo que, à luz daquilo que se sabe hoje, o ciclo àryo abranja as religiões ditas semitas e outras. Contudo, na sequência, Alice A. Bailey reafirma que a “Loja Himalaya” é a única porta-voz das verdades atuais da iniciação. O que é natural e tecnicamente preciso, por se tratar esta da “raça atual”- um quadro que, todavia, também se altera em defintivo a partir de 2012, com a chegada do “Sexto Mundo” (Sexta Raça-raiz), anexado à Nova Era; naquilo que seria o verdadeiro objetivo do Plano da Hierarquia.
Assim, é a partir da própria síntese árya, que se dará o novo passo da evolução racial, porém também com um olhar “caridoso” para as culturas primitivas (atlantes, lemurianas, etc.), porque o novo ciclo pós-racional sempre terá traços dos ciclos pré-racionais ou anteriores à arianidade.

Fato é que o “estudo comparada de Religião, Filosofia e Ciência”, representa mui objetivamente uma Filosofia de Sétimo Raio, uma vez que no sétimo Dia da Criação, Deus não mais realiza esforços criadores, mas se “recolhe” para reunir tudo aquilo que fez, resgatando ou restaurando o melhor de tudo, para poder renovar e avançar. Este recolhimento é como o sétima esfera ou raio que centraliza as geometrias sêxtuples, onde o sete faz a transposição dos ciclos para novos universos.
A “comparação” visa a síntese harmonizante e a posterior matese do “conhecimento total”, através do 3º Objetivo. É o que temos chamado também de “universalismo lunar” e “universalismo solar”. O primeiro busca e assimila, testa e contesta dialeticamente, e finalmente restaura e renova realizando sínteses mediante práticas avançadas, que levam à mateses de propostas renovadoras e revitalizantes.

Nisto tudo, temos a dupla evocação da sétima sub-raça (brasileira) e da Nova Era. Os vínculos do trabalho da Hierarquia em prol desta última, são declarados e conhecidos, porém a questão racial permanceu todavia sob muitos véus, especialmente naquilo que diz respeito aos seus ciclos ou períodos. Hoje se sabe, todavia, que a raça-raiz tem 5 mil anos e as sub-raças 7x700 anos, e quanto ao seu começo, nos calendários maia-nahuas e hindus, a quinta raça-raiz teve início há mais de 5.100 anos, de modo que o ciclo áryo realmente se extingue agora, tal como revela o 2012 maia-nahua acerca do final do Quinto Mundo.

Com isto, a Teosofia termina se situando no contexto da raça árya, visando através da sua síntese colocar as bases da renovação racial, onde a renúncia à designação “árya” favorece a transposição de cânones raciais alcançada na conclusão do Plano. Este segundo Propósito teosófico, teria alcançado um certo patamar de excelência na segunda etapa do Plano, centralizado em Alice A. Bailey, desenvolvendo uma primorosa didática de Nova Era e uma abordagem profunda do ocultismo.


Propósito 3º

A busca interna pelos “mistérios”, que constitui uma das expressões finais da condição humana, deve cada vez mais obedecer os parâmetros da evolução espiritual do mundo, da qual é porta-voz a raça-raiz mais avançada. Contudo, a formulação final deste Propósito da ST, propondo universalizar o ocultismo, resultou em sectarismo e elitismo, na medida em que propunha a todos esta espécie de busca interior, algo até louvável numa raça-raiz espiritualizada como a que virá, mas dificultoso em qualquer sociedade de caráter aberto.

Eis, contudo, a redação inicial, de 1885: “O terceiro objetivo, buscado por uma parte dos membros da Sociedade, é investigar as Leis inexplicadas da Natureza e os poderes psíquicos do homem.” A medida feliz foi excluir o termo “psíquico”, porque o mais adequado seria realmente “mental”, ou simplesmente nada classificar como se terminou por fazer. Porém, também se extraiu a idéia tácita da “seção interna” da Sociedade –muito embora, na prática, ela sempre tenha existido, mesmo deixando a desejar nas suas práticas, comumente misturadas com questões administrativas como costuma acontecer nestes casos.

Com isto, apenas se trocou a idéia da elite antes proposta, pelo elitismo geral, coisa todavia restritora, porque as pessoas comuns que buscam coisas simples, sentem não ter um lugar ali, o que antagoniza com a idéia básica da fraternidade universal.
Visto com plena propriedade, a proposta deste objetivo apenas pode ser realmente alcançada através de indivíduos espiritualmente realizados, para quem as energias sutis sejam coisa corriqueira. Isto significa que as técnicas do Ocultismo avançado trazidas na etapa anterior do Plano, haverão de ter sido praticadas a contento, conduzindo às realizações finais. É por esta razão que a decodificadora do Plano da Hierarquia, Bailey, anunciou para esta última etapa do Plano, a “reabertura das Escolas de Iniciação, a Restauração dos Mistérios e a Manifestação da Hierarquia.” Esta é a etapa de trabalhos da Escola Agartha, já em solo brasileiro, uma vez que a sétima sub-raça é responsável pela síntese final.

A premissa da Verdade

Assim, folga saber que podemos explorar outras dimensões da “revelação” teosófica, que num primeiro momento soaram excessivamente desafiadoras e restritivas, quiçá ante o impacto que a Sociedade adquiria no mundo, o grau e a exatidão dos conhecimentos alcançados, e a própria dimensão interna das suas pretensões na época.
Os primeiros organizadores da Sociedade Teosófica, podem ter até sentido o impulso de codificar um Pramantha, a Mathesis Universalis, a Sophia Perennis; porém, eles compreenderam que não teria cacife para tanto e que estavam apenas começando algo, e não concluindo.

Com a conclusão do Plano da Hierarquia, contudo, muitas daquelas idéias iniciais se mostram pertinentes e justificadas, porque “o novo céu e a nova terra” estão configurados, a síntese do “conhecimento total” tem sido alcançada, e o universalismo social também incorporado aos objetivos da evolução global. E assim, já seria possível alcançar o núcleo fraternal por excelencia (como foi o dos apóstolos do Cristo ou o dos primeiros cristãos); ter uma síntese real entre arte, ciência, filosofia e educação (como trazem os Adeptos nas Idades de Ouro da humanidade); e realizar uma distinção efetiva entre uma elite e as massas humanas (visando um benefício mútuo que reúne os mundos).

Para encerrar este assunto, caberia mencionar ainda a máxima brâhmane que a ST adotou em seu logo (o qual também mereceria todo ele um comentário à parte), ou seja: “Não há religião superior à Verdade”. Temos tratado do assunto em várias ocasiões, por isto vamos apenas reafirmar aqui, não apenas a importância da “busca da verdade” na Teosofia, como também a expressão ativa desta Verdade, algo que para alguns poderia soar a dogma, muito embora os teósofos realizados devessem poder demonstrar aquilo que afirmam, de diferentes maneiras.
A Verdade é considerada um dos fundamentos da Idade de Ouro, razão pela qual na Índia se chama também esta Idade de Satya Yuga, “Idade da Verdade”, que surge igualmente junto com a Nova Era.

Uma Verdade crística e divina, que é também Caminho, Vida e Vitória, donde a ST ter se esmerado a certa altura em oferecer um “messias” para o mundo, num gesto fracassado num primeiro momento,** mas coisa que, não obstante, estaria realmente subjacente ao Plano da Hierarquia (existente por detrás da Sociedade Teosófica), segundo as suas sucessivas formulações.
Podemos neste caso, “arriscar” as seguintes associações:

Propósito 1º: “Caminho” = a fraternidade universal.
Propósito 2º: “Verdade” = a síntese do saber.
Propósito 3º: “Vida” = os poderes ocultos do homem.

Quanto ao símbolo teosófico em si, comporta uma simbologia de síntese de base divina tetragramática, da mais alta integração e unidade, profundidade e tradicionalidade, tal como temos buscado demonstrar em muitos momentos. Pode ser comparado na íntegra, neste caso, ao famoso globo-alado-serpentino, ou o caduceu, que é também IHVH que, mais do que “Nome inefável” de uma divindade única, se trata de uma fórmula cósmica unificante.


* Ver http://ericageorgiades.wordpress.com/2009/08/07/a-evolucao-dos-objetivos-da-sociedade-teosofica/ Algumas versões acrecentaram “..(ciências) orientais”, o que soaria algo redundante, dada a base oriental da raça árya.
** A partir do evento-Krishnamurti, certos teósofos se esmeraram, de maneira algo oportunista, for forçar um “fundamentalismo” literário em relação à ST, como se a Verdade fosse sinônimo de “letra morta” e não de autoridade (espiritual) viva, na conhecida sina de tentar se apegar a autores falecidos que já não podem dar a sua própria versão real ou apenas atualizada das coisas.


Da obra "Os Centros Espirituais Brasileiros", LAWS

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